Essas orientações foram escritas em resposta à um internauta que questionou o uso e significado dos termos "lei e profetas". Obviamente o assunto não será esgotado, mas podemos ter um vislumbre de como entender esses termos dentro da Bíblia Sagrada.

2) Existem termos técnicos
ou mesmo idiomatismos que devem ser considerados no momento de fazermos uma
exegese adequada do texto sagrado. Por exemplo, temos que saber o que
significava para os leitores primários da bíblia a palavra "gentio"
ou “incircunciso”, caso contrário poderemos cometer equívocos na interpretação
do texto.
3) No caso específico dos
termos "Lei" e "Profetas", nada mais são do que uma referência
ao Antigo Testamento (veja Mt 7:12; 11:13; Lc 16:16; 24:44; Jo 1:45 entre
outros) . O judaísmo divide o AT em 3 partes: Torah (Lei), Neviim (Profetas),
Kethuviim (Escritos). Essas três divisões pode aparecer com algumas variações
como, “Lei e profetas”, “Escritos”, “Profetas” ou ainda “Escrituras”. Em outras
palavras, todos esses termos são usados de forma cambiável para se referirem ao
conjunto de livros do AT.
4) Quando Jesus diz que não
veio abolir a “Lei ou os profetas”, ele está afirmando que não veio mudar a
mensagem do AT. Jesus não parece estar preocupado em expor as minúcias do AT,
sua ênfase é na mensagem que foi deixada por Deus através de Moises e os demais
escritores, a saber, a salvação por meio de Cristo.

6) Quando encontramos
expressões “lei”, ou “lei abolida” precisamos identificar de qual lei estamos
falando. O raciocínio é simples: se admitirmos que quando o texto sagrado diz
que as leis ou ordenanças foram abolidas não é necessário entender de qual lei
estamos tratando, então vamos ter que concordar em abolir a idolatria, o
adultério, a mentira, etc, e não somente o sábado. Esse é um pensamento
perigoso pois pode nos desviar da obediência à vontade de Deus.
7) Devemos lembrar ainda que
a bíblia apresenta varias leis, e em muitas passagens essas leis estão dividas
como que por categorias (veja Lv 11; 17:1-9; 19; 21; 22; 25:35-38; 27:30-34 e
muitos outros). Isso mostra que existiam claramente uma diferenciação daquilo
que tinha caráter irrevogável daquilo que poderia ser adaptado. Além disso
temos ainda os textos no NT testamento que deixam claro que a lei abolida se
refere aos rituais de sacrifício que apontavam para a obra salvífica de Jesus
(Hb 7:11-18; 9:11-14).
8) O termo “Lei” é amplo, e
deve ser compreendido dentro de seu devido contexto para que não venhamos
colocar nossa opinião acima da Palavra de Deus. Quando lemos o NT não
encontramos qualquer evidência de que os Dez Mandamentos foram mudados,
cancelados, anulados ou abolidos.

Sem mais,
Vanius
Henrique Dias
Bacharel
em Teologia
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