O mito da caverna ensinado por
Platão, tem sido estudado ao longo dos anos e é visto por muitos como um modelo
de como a sociedade de forma geral reage ao novo. Geralmente pessoas que têm a
mente fechada ou estão presas em seus paradigmas são chamadas para “sair da
caverna”. Essa caverna pode ser uma crença, um estilo de vestir, uma visão de
mundo diferente das demais. É importante destacar que, ela ser diferente não é
o problema, afinal, todos podemos diferir em nossas opiniões.
A questão em voga aqui é se a “minha
verdade” é de fato a única, ou pior ainda, se ela é realmente uma verdade. Obviamente
não queremos aqui dizer que não existam verdades absolutas, mas sim refletirmos
se realmente conhecemos a verdade tal como ela é.
O personagem central da Bíblia
Sagrada – Jesus, chega ao mundo também em uma época de muitos paradigmas, de
muitas verdades. Ele encontrou diversos grupos que, tinham certeza de que suas posições
eram as verdadeiras. Fariseus, saduceus, zelotes, essênios, romanos, gregos,
enfim, cada um defendia sua verdade.
Voltando ao pensamento de Platão,
os grupos existentes nos dias de Jesus estavam presos cada um em sua caverna, e
tudo que eles tinham como verdade não passava de uma sombra da realidade. Cada um
tinha em sua mente a ideia de que apenas a sua opinião era a verdadeira. A
exemplo do Mito da Caverna, aquelas pessoas estavam presas, acorrentadas e não
sabiam.
Jesus vem justamente para
libertar os cativos, abrir a visão dos cegos, dar vida àqueles que estavam mortos
e não percebiam isso (Lucas 4:18,19). Jesus veio dar a eles e também a nós a
perspectiva real da vida – o grande conflito, e mostrar que existe não apenas
o mundo das coisas, do sucesso, do dinheiro, da religiosidade formal. Existe
uma vida mais ampla, existe um ideal de vida muito mais nobre e elevado. Existe a
possibilidade de conhecer e receber a vida que não tem fim. Mas para isso é
necessário sair da caverna.
Cristo revolucionou (e ainda
revoluciona) o pensamento sociológico, filosófico e teológico da humanidade. Em
um mundo onde o “eu” impera, o grande Mestre convidou os homens a “amar o próximo
como a ti mesmo” (Mt 22:39), dar o outro lado da face (Mt 5:39), não se
preocupar com o dia de amanhã (Lc 12:29), e dar importância o que realmente é
importante – a vida eterna (Mc 10:15).
Mas como na analogia de Platão, onde
os moradores da caverna se revoltaram contra aquele que conseguiu enxergar além
das paredes, Jesus também foi criticado, odiado e por fim morto por aqueles que
não estavam dispostos a conhecer e reconhecer a realidade. Sua morte obviamente
marca a conquista da vitória sobre o pecado, mostra-nos que o mal não irá
perdurar. Mas também nos mostra o lado duro do coração humano, mostra que
estamos dispostos a qualquer coisa para manter nossas opiniões, gostos, preferências...
nossas “verdades”.
Jesus ainda nos convida a sairmos
da caverna, nos chama a vivermos a vida em sua plenitude. Estamos diante de uma
escolha. Podemos ouvir a versão daquele que conhece o que está do outro lado,
fora da caverna, ou então podemos rejeita-lo, mata-lo, e assim declararmos que a
nossa posição é a única verdade que existe.
O Salvador deseja nos mostrar o
que existe fora da nossa caverna, deseja ampliar nosso campo de visão, mas de
forma alguma Ele irá nos obrigar ou coagir. Ele nos diz “eis que estou à porta
e bato” (Ap 3:20), mas a escolha e a decisão sempre é nossa.
Quem sabe hoje não é o dia em que
você vai pela primeira vez sair da caverna e dar uma chance pra Jesus?
Forte abraço querido amigo!
Pr. Vanius Dias