segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Não sofra sem necessidade

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5:7)

Uma das mais belas histórias da Bíblia Sagrada é a de José, o famoso “José do Egito” (Gênesis 37-50). Filho de Jacó, José tinha mais onze irmãos e dez deles não eram muito simpáticos ao jovem sonhador. O relato bíblico nos diz que um dia os dez irmãos resolveram matar José, mas depois mudaram de ideia e venderam o garoto para uma caravana de comerciantes ismaelitas que ia para o Egito. Assim, José foi entregue pelos próprios irmãos para ser escravo no Egito, e além disso mentiram para Jacó, seu pai, dizendo que possivelmente uma fera tinha matado e devorado o filho que ele tanto amava.

Quando lemos todo relato parece que os irmãos de José eram absolutamente maus, e que aquele episódio era a demonstração de que eles eram pessoas sem coração, pessoas que a consciência parece não lhes acusar, homens que se sentiam inculpáveis. Mas só parece.

A história continua e José vai para o Egito como escravo, mas logo passa a ser administrador da casa de Potifar. Depois é preso por uma falsa acusação de estupro, e na cadeia interpreta do sonho do padeira e do copeiro que estavam presos juntamente com ele. Como predito por José, o padeiro é assassinado pelo rei, enquanto o copeiro é reconduzido ao seu cargo junto ao monarca. Depois disso o próprio Faraó tem um sonho e José interpreta, e essa interpretação lhe valeu uma promoção à governador do Egito, se tornando assim o homem mais importante daquela nação depois o rei.

Como previa José vieram sete anos de fome sobre toda a terra, não só sobre o Egito. A terra de Canaã onde seu pai e seus irmãos viviam também foi afetada. Isso fez com que os irmãos fossem ao Egito comprar alimento, já que lá era o único local onde se pode encontrar comida. Quando os seus irmãos chegam ao Egito, se encontram com José, mas não o reconhecem. José ao contrário, reconheceu seus irmãos e ficou muito emocionado. Contudo não se fez conhecer, mantendo sua identidade oculta.

José faz um plano, e acusa os irmãos de serem espiões, os acusa de serem pessoas que querem roubar o Egito, e para que eles provem que não são mal feitores, terão que deixar um irmão detido em terras egípcias enquanto buscam o irmão mais novo para ser apresentado ao governador.

Na volta para Canaã os irmãos vão se martirizando, e esse é o ponto que quero que você preste muita atenção. Em Gênesis 42:21 diz “Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta ansiedade.” Eles estavam ansiosos, preocupados, angustiados, com medo. Tinham uma culpa enraizada em suas mentes, e agora parecia que aquela situação era um castigo, uma punição dada por Deus pelo fato de terem vendido José há quase vinte anos. Aquela ansiedade os estava castigando, aquele medo trazia a eles muitas incertezas quanto ao futuro e isso lhes feria a alma.

Estavam sofrendo por antecipação, estavam com medo do governador mata-los ou aprisionar para sempre seus irmãos. Mas eles tinham motivo para isso? Claro que não! Tudo estava sob controle, Deus havia conduzido toda aquela história, e agora estava providenciando para eles um reencontro inesquecível. Ao contrário do que eles pensavam, ali não era o fim, nem tampouco era algum tipo de castigo, Deus estava na verdade dando a eles a oportunidade de recomeçarem. O próprio José explica isso pra eles em Genesis 45:5 quando diz “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.”

Em nossa vida algumas vezes acontece o mesmo. Nos culpamos por erros passados, não nos perdoamos e por causa disso o futuro parece sombrio. Como os irmãos de José, ficamos amedrontados a tal ponto que não conseguimos reconhecer as grandes bênçãos que Deus tem à nos dar.

Do que você tem medo? Que culpas você carrega? Como você está vendo seu futuro?

Sugiro que hoje você olhe confiante para o futuro, não se deixe ser esmagado por seus erros do passado. Existe um Deus que perdoa pecados e pode reconstruir nossa vida e nos dar um futuro repleto de boas possibilidades. Não fique ansioso por aquilo que ainda não aconteceu. Se concentre nas palavras de Pedro. Ele disse: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5:7)

Deus está cuidando de tudo. Acredite!

Que Deus te dê uma ótima semana!

Pr. Vanius Dias

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Cuidado com a vaca voadora

“Quem abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relâmpagos dos trovões... Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?” (Jó 38:25,41)

O renomado escritor e jornalista Humberto de Campos relata em seu livro de contos “A Serpente de Bronze”, a história de um fazendeiro que, sendo estudioso da filosofia e de latim gastava boa parte de seu tempo questionando o mundo e sua ordem. Na visão do fazendeiro o mundo não era nada justo ou organizado, a ponto de declarar: “Sim, senhor!” Esses filósofos têm razão! Este mundo é tão desigual, tão cheio de injustiças, de irregularidades clamorosas, que qualquer mortal, encarregado de fazê-lo, o teria feito melhor!” Uma clara crítica ao entendimento de que Deus havia criado mundo.

Campos diz ainda que, certo dia esse fazendeiro estava observando as andorinhas voando por cima do gado e ficou indignado ao ver que sendo o gado tão forte, poderoso e imponente não pudesse dar voos como aquela “insignificante” andorinha. Na visão do fazendeiro isso era uma injustiça. O fazendeiro declarou: “É isso mesmo, não há dúvidas! O mundo é muito mal arranjado...” 

O conto diz que nesse exato momento a andorinha em seu voo monumental passa por cima do fazendeiro e deixa cair bem sobre a cabeça calva daquele homem um pouco do seu excremento. O fazendeiro passou a mão e vendo do que se tratava (fezes) caiu de joelhos envergonhado e arrependido, e então disse: “Perdoai-me, Senhor, perdoai-me! O mundo está muito bem organizado! O que nele há, o que nele vive, o que nele existe foi feito com perfeição, com acerto, com sabedoria!” Depois de se levantar e se limpar ele disse: “Imagine se fosse um boi!”

Esse relato simples e cômico, nos mostra que muitas vezes questionamos sem pensar, questionamos sem avaliar todas as possibilidades. Quantas vezes o ser humano no profundo da sua arrogância e auto suficiência prefere declarar que Deus não existe do que avaliar o que realmente temos de evidência. Existem hoje muitos debates sobre assuntos controversos ou polêmicos, nos quais a falta de bom senso, a falta de empatia, a falta de humildade, impede uma análise mais racional dos fatos. 

Não acho que alguém deva acreditar em Deus somente porque o “Livro da Capa Preta” assim o relata. Ainda que não existisse uma página sequer da Bíblia, certamente teríamos muitas indagações a respeito de quem é criador, quem foi o idealizador, que foi o projetista de toda a “diversidade harmônica” que existe natureza. Em outras palavras, podemos até não concordar ou acreditar no que a Bíblia diz (o que é perigoso), mas não podemos negar que Deus tem se mostrado nós de muitas maneiras, basta prestarmos atenção, basta falarmos menos e ouvirmos (estudarmos) mais.

Acredito que Deus tem tudo sob seu controle e supervisão. Creio que Ele está providenciando tudo que precisamos para vivermos, e sermos felizes. Mas creio também que sem sensibilidade e humildade vamos continuar buscando respostas para questionamentos absurdamente simples. Existem coisas constrangedoramente simples que nos mostram o quanto Deus está presente em nosso cotidiano, e fechar os olhos para essas coisas é querer que bois e vacas apareçam voando por aí. 
Ótima semana pra você! 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Agora ontem, agora hoje, agora amanhã


Sabe aqueles dias que você fica olhando o Facebook e vendo fotos de amigos antigos, gente lá dos tempos da infância e juventude. Pois é... daí, você vai vendo um, lembrando de outro, encontrando aquele que há anos não sabia por onde andava. Você vê que alguns estão com vida bem bacana, profissões estáveis, casados, família crescendo e tudo mais. É um exercício bem interessante. As lembranças são muito boas, é uma nostalgia gostosa coroada com algumas descobertas e surpresas bem legais.
Contudo, você se depara também com alguns casos tristes. Amigos que estão doentes, outros desempregados, depressivos, angustiados, desanimados com a vida, e até alguns que já faleceram. Então você se lembra das conversas, das visitas à casa de alguns, dos passeios juntos, das tretas e mais um monte de situações que talvez (e só talvez hein) estivessem dando indícios de que algumas coisas poderiam de fato dar errado na vida de alguns de nós. “Se tivesse estudado? Se tivesse casado? Se não tivesse casado com essa pessoa ou aquela pessoa? Se tivesse levado algumas coisas mais a sério? Se tivesse escolhido melhor as companhias? Se tivesse ouvido os pais?” São muitos “se”, e não quero que pensem que estou julgando hein, estou apenas refletindo, pensando em quantas situações nós vivemos que de alguma maneira vão refletir em nosso futuro.
Mas de todas as situações, a que mais me chamou a atenção foi “descobrir” que muitos desses amigos passaram por uma mudança espiritual considerável, pelo menos do ponto de vista daquilo que os olhos podem ver. Notei que alguns que tinham uma vida desregrada, sem muito compromisso com os valores morais, com a família etc, estavam diferentes agora. Vi fotos de alguns em igrejas, em cultos, vi pensamentos religiosos, e até textos bíblicos em suas time line. Então pensei: “como pode? Quem diria hein... fulano de tal agora é crente!” É amigo, Deus age em um instante!
Infelizmente também vi o oposto. Vi pessoas que antes cantavam, pregavam, defensores da moral e dos bons costumes (rs) estavam agora em uma oposição absolutamente antagônica. Divorciados, bêbados nas baladas, filhos “perdidos”, drogados e etc. Uma situação que naquele tempo era difícil de imaginar. Mas como eu disse no começo, quando começamos a fazer uma retrospectiva, dá pra perceber que tínhamos alguns sinais, algumas evidencias de que algo poderia dar errado. Naquela época não entendíamos ou não queríamos entender, mas agora a coisa se mostra suficientemente clara. Mais uma vez ficou claro que “pequenas” atitudes, comportamentos e decisões, podem ter significativo impacto na vida da gente.
Tudo isso me fez pensar em minha vida, na minha história, e aí me vi questionando minha própria trajetória, oportunidades que o tempo trouxe. Percebi que é fácil analisar a vida dos outros, mas o difícil mesmo é pensar, reconhecer nossos muitos erros e os poucos acertos. Refleti também sobre o “agora” e entendi que ele não dura para sempre, e que na real, esse “agora” presente, é o reflexo de um “agora” passado, e que de alguma forma impactará o “agora” do futuro, e por isso devo ser cauteloso quanto às minhas decisões de hoje. Entendi ainda que aprender com o passado também é importante e necessário, afinal de contas erros em meu passado certamente não faltam, e os erros ajudam... e como ajudam! 
Cheguei conclusão que agora é o tempo de mudar seja lá o que for. Agora é o tempo de voltar, agora é o tempo de continuar, agora é o tempo de repensar a vida e quem sabe fazer algumas coisas diferentes. O “agora” de ontem não existe mais, o “agora” de amanhã talvez nem aconteça. Então o “agora” de agora deve ser muito bem vivido, muito bem considerado. Acho que é mais ou menos isso que Paulo quis dizer com a expressão “tempo que se chama hoje” (Hb 3:13), ou o “tempo da oportunidade” (2Co 6:2). Não tem como fugir disso, o hoje, o agora, vai de alguma maneira influenciar nosso futuro. E se isso é verdade para as coisas do cotidiano, é também verdade para as coisas eternas.

Vamos juntos repensar o hoje?

Forte abraço!

Pr. Vanius Dias

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Direito e Moral


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” 1Corintios 6:12

Para que os indivíduos de uma sociedade coexistam de forma harmônica, é absolutamente necessário que sejam estabelecidas algumas regras. Uma sociedade sem regras obviamente está fadada à desordem, ao caos. Instituições como família, escola, empresas, igrejas e tantas outras necessitam estar sob algum tipo de regulamento que as protejam e também lhes estabeleçam limites de sua atuação, bem como mostrar suas responsabilidades.

Na sociedade moderna, isso é conseguido (ou pretende-se conseguir) por meio do direito. O direito pode ser entendido com um complexo de normas e regulamentos que têm como finalidade estabelecer aquilo que certo ou errado dentro de uma relação bilateral. Em outras palavras, o direito sempre envolvera duas partes – você busca seu direito porque acha que alguém te prejudicou.

Em outra mão temos a moral. O juízo moral nos leva pensar do ponto de vista interior. Ao contrário do direito, a moral não envolve outra pessoa ou instituição, ela tem relação direta sobre o individuo, e por isso é unilateral. Em outras palavras mesmo que eu tenha direito a algo, nem sempre será moral fazer uso daquele direito, pois do ponto de vista individual o sujeito pode estar agindo contra sua própria consciência, o que em algum momento poderá lhe causar culpa ou remorso.

Um exemplo simples é o troco que você recebe no supermercado. Do ponto de vista do direito, você não comete um crime se fica com o troco que lhe foi dado a mais, afinal não foi sua culpa, você não teve a intenção de pegar o dinheiro. Contudo do ponto de vista moral, você saberá que aquele dinheiro não te pertence e poderá fazer falta para pessoa que equivocadamente o entregou. E se algum tempo depois você souber que a pessoa que te atendeu foi demitida porque faltou dinheiro em seu caixa, talvez se sinta culpado por não ter devolvido o dinheiro que recebeu a mais.

Sendo assim, concluímos que o fato de eu ter um direito não quer dizer que eu não deva ser moralmente responsável em seu uso. É muito comum ouvirmos algumas pessoas dizerem: “a vida é minha, e faço o que eu quiser”. Sim, isso é um direito, mas fazer o que você quer às vezes pode ferir, machucar, humilhar aos outros. Nem tudo que é garantido por direito é moralmente correto, pois em algum momento minha consciência poderá me cobrar por aquilo. Pensemos em quantas vezes agimos baseados em nossos direitos, mas acabamos por prejudicar outras pessoas.

Paulo diz em 1Corintios 6:12 que “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm...” O Apóstolo parece estar orientando os cristãos em Corinto a usarem o seu direito mas fazer também uma análise das implicações morais de seu uso. Temos o direito de fazer muitas coisas, mas não quer dizer que diante de Deus essas coisas sejam corretas ou adequadas. O mesmo Paulo diz em 2Corintios 5:10 que “é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.“ Nesse caso, não se trata apenas de cumprir ou não cumprir a regra, mas sim sobre a motivação para tal cumprimento.

Que Deus nos ajude a sermos cuidadosos no uso dos nossos direitos. Que possamos olhar para os nossos atos além do binômio “pode ou não pode”, mas também entendermos as implicações de nossas ações tanto em nossa vida, como na vida de outros.

Que Deus te dê uma abençoada semana!

Pr. Vanius Dias 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

E amanhã?

“Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Lucas 12:20

No final do mês passado foi criado aqui na Escola um projeto social chamado PASESPE – Programa de Acolhimento Social da Escola do Pensar, com o objetivo de promover ações de apoio à comunidades e pessoas carentes. Esse projeto foi idealizado pelo Prof. Rafael Ribeiro (coordenador do curso de enfermagem) e nós aqui do departamento de Capelania abraçamos a ideia! A primeira ação do PASESPE era realizar no dia 16/09 (ontem) um atendimento na área de saúde e higiene pessoal na comunidade Olaria nas mediações da Vila Andrade. Faríamos medição de pressão arterial, teste de glicemia, orientações de higiene bucal entre outras coisas. Mas como eu disse, “era”!

Era por volta de 9:10h da manhã quando começamos os primeiros atendimentos, tudo parecia normal, até que percebemos que havia fumaça no local. Passados pouco mais de 5 minutos veio a notícia de que havia um incêndio na comunidade, e teríamos que abortar todo o atendimento. A partir daí nosso foco era desmontar nossa estrutura, tirar nossa equipe de professores e alunos da enfermagem em segurança, e também ajudar os moradores a retirar seus pertences de dentro das casas que em sua maioria é de madeira.

Os bombeiros foram acionados e chegaram rapidamente, mas o fogo “agiu” igualmente rápido e em pouco tempo 15 a 20 casas estavam destruídas. Pessoas choravam desesperadas, crianças corriam em meio à fumaça em busca de seus pais e familiares. Muitas pessoas saíram de lá apenas com a roupa do corpo, os bens materiais foram todos destruídos. A cena era horrível, dor, tristeza e muitas lágrimas, inclusive as nossas, que caiam no chão como se quisessem ajudar a apagar as chamas cada vez mais intensas. 

Os alunos do curso de enfermagem fizeram um mutirão para comprar algumas centenas de garrafas de água para distribuir entre os moradores afetados. Montamos uma mini base de atendimento para dar os primeiros socorros àqueles que inalavam fumaça ou passavam mal em virtude a carga emocional que o episódio provocou. Por fim, saímos de lá por volta de 15h e o clima não era nada bom. Uma ponta de frustração tomou conta da gente, já que tínhamos planos de atender aquelas e pessoas, mas infelizmente não conseguimos.

E porque estou te contando isso? Pra você e eu pensarmos em pelos uma coisa:

Quais são seus planos para o dia de amanhã? Você tem certeza que vai realiza-los? O que você precisa fazer hoje? Porque você procrastina tanto? Nós tínhamos planejado muitas coisas pra aquele dia 16/09, mas de forma súbita tudo foi mudado, não tínhamos mais o controle dos eventos como pensávamos. Você acha mesmo que tem o controle do seu futuro ou dos eventos que virão? 

Ao refletir sobre esse episódio lembrei do que Jesus disse em Lucas 12:19 e 20 “E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”

Pense sobre sua vida, reflita sobre seu passado, presente e futuro. Analise que tipo de planos você tem feito para “amanhã”, e principalmente que lugar Deus ocupa em sua vida.

Que Deus te abençoe e proteja nessa desconhecida semana.

Abraços,

Pr. Vanius Dias

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Porque você se casou?



Em seu livro “Conhecer Jesus é tudo” o pastor Alejandro Bullón conta a história de uma senhora idosa, com mais de 60 anos de casamento. Essa senhora era uma esposa exemplar, uma dona de casa impecável, uma mãe que poderia servir de modelo para muitas jovens nos dias de hoje. Sua boa fama era reconhecida por todos aqueles que conviviam com ela, familiares, vizinhos, amigos, etc.


Contudo aquela mulher fez uma declaração ao pastor Bullón. Ela tinha um grande peso em seu coração, uma grande dor. Aquela senhorinha não era feliz em seu casamento. Sua infelicidade não era por conta de ser oprimida pelo marido. Seu problema era que, com mais de 60 anos de casa, ela não amava, nunca amou o marido.

Ela contou ao pastor que seu casamento fora acertado por seu pai, e que ela conheceu o marido poucos dias antes do casamento. Ela não pode conversar com ele antes, ela não pode conhece-lo melhor. Simplesmente seu disse: Filha, você vai se casar com o filho do meu compadre. Sendo assim como amar esse marido? Como ser feliz em um relacionamento que ela nunca desejou? Praticamente impossível, e assim fica mais fácil entender sua frustração.

A história dessa mulher é mesma de muitos de nós no que diz respeito à nossa vida religiosa. Muitas pessoas estão na igreja há 10, 15, 20, 50 anos, mas não são felizes. Não são felizes porque nunca puderam escolher a Cristo. Jesus lhes foi imposto, talvez pelos pais, ou quem sabe pela comunidade em que eles viviam. Cumprem as regras da igreja, observam os mandamentos, aceitam os regulamentos, fazem o que é politicamente correto, mas não amam a Cristo, porque nunca O aceitaram verdadeiramente.

Em muitos casos amamos a igreja, gostamos dos bancos da igreja, da sua estrutura, apreciamos as mensagens pregadas a cada culto, mas não amamos Jesus. É um relacionamento forçado, um convívio por conveniência, ou até por necessidade, mas não é uma escolha.

Penso que seria bom que todos nós, no dia de hoje, refletíssemos sobre quem é Jesus pra nós, como está nosso relacionamento com Deus. Que lugar Deus ocupa em minha vida? Porque frequento essa igreja? Porque faço parte desse grupo religioso? Não basta ir a uma igreja, não é suficiente ter anos de vida religiosa se não conhecemos o Jesus com quem nos casamos, se não amamos Aquele à quem declaramos verbalmente sermos fieis até o fim. É por isso que Jesus disse: “se me amardes, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15). A obediência honesta e sincera só é possível se for precedida de amor verdadeiro.

Que Deus abençoe sua semana!

Pr. Vanius Dias


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Sermão: O Senhor está vivo

Culto da Familia Iasd Unasp-SP 20/07/18

Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. 1 Reis 17:1

Assista e compartilhe!

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Teoria X Prática

Pensando sobre o episódio Alemanha 0 x 2 Coreia:

E aquela história de que a Alemanha tinha um padrão de jogo construído ao longo do tempo? Aquele discurso que dizia que para resolver o problema do futebol brasileiro dentro de campo é necessário seguir o exemplo de seleções como a Alemanha que planejam o seu futebol?

Reconheço que o planejamento e a teoria têm seu valor. Entendo que sem organização e estudo é mais difícil executarmos algumas tarefas. Mas honestamente com a estrutura que existe hoje no futebol brasileiro, por mais zuada que possa parecer, o Brasil tem condições de apresentar um bom futebol, mas pra isso tem que "jogar o jogo".

A teoria pode até ajudar o futebol, mas o jogo se ganha jogando. No dia dos 7 x 1 o Brasil não jogou, e por isso deu no que deu. Agora foi a vez da Alemanha. Não jogou o jogo e aí... bom, você já sabe.

Acho que podemos aqui tirar uma lição importante para a vida: Não fique apenas planejando, pensando, filosofando, teorizando... faça isso, mas na hora de "jogar jogo" entre pra vencer, não faça corpo mole, não procrastine. Assim como no futebol onde "a bola pune", na vida as oportunidades perdidas também podem punir aqueles que pensam que por terem algumas estrelas no peito podem se dar ao luxo de serem displicentes. 

Brasil e Alemanha sabem bem o que isso!

Abraços.

Pr. Vanius H. Dias

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Filosofar é preciso

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” Colossenses 2:8

Quando falamos em filosofia, algumas pessoas imaginam homens excêntricos, solitários, em silêncio, com um olhar perdido como quem olha para o nada. Errado! A verdadeira filosofia envolve debate, discussão, análise e questionamento. Dessa forma, toda vez que eu e você estamos discutindo nossas opiniões, nossas crenças, questionando o comportamento de outras pessoas, ou ainda debatendo sobre determinado assunto, estamos filosofando. Em resumo, se você tem a capacidade de raciocinar, duvidar, questionar, você está apto a ser um filósofo.

Contudo, para que essa filosofia seja autêntica, ela deve estar bem embasada, alicerçada em fundamentos coerentes e até certo ponto experimentáveis. Vivemos em um contexto em que notícias falsas surgem a todo o momento, algumas opiniões beiram o absurdo, então é necessário que tenhamos uma aguçada capacidade de avaliar e filtrar as informações que chegam até nós. É muito comum vermos pessoas defendendo posições ou opiniões sem nenhuma base lógica. Concordam e defendem opiniões que mal sabem explicar. Isso é uma pseudofilosofia.

No texto de hoje Paulo nos alerta para que não sigamos qualquer filosofia. O apóstolo fala de “sutilezas”, coisas que até podem parecer boas e adequadas, mas que na verdade não passam de “modinhas” fundamentadas em uma cultura contaminada pela secularização. Atualmente verdades estabelecidas por Deus têm sido questionadas sem qualquer fundamento racional ou lógico. A justificativa tem sido o desejo do ser humano de fazer as coisas à sua maneira, à margem daquilo que Deus estabeleceu.

Obviamente somos livres para acreditarmos e aceitarmos o que quisermos, mas precisamos tomar cuidado para não defendermos posições, preferências, ideologias, que não se sustentam quando passam por um criterioso exame lógico. Além disso, é importante não estarmos defendo algo ao qual Deus se opõe claramente, algo que Ele rejeita veementemente. Como diz Jeremias 17:9 “enganoso é o coração mais do que todas as coisas”. Por isso o mais seguro é, não seguir as filosofias que têm origem no coração humano, mas sim andar pelo que diz a palavra do SENHOR!

Ótima semana pra você e sua família!

Pr. Vanius H. Dias

segunda-feira, 18 de junho de 2018

COISAS OU PESSOAS

"Não esmagará o galho que está quebrado, nem apagará a luz que está fraca" Mateus 12:20

Vivemos em uma cultura que valoriza a novidade. Estamos sempre em busca de algo novo, alguma coisa que seja diferente e claro, melhor. A indústria automobilística por exemplo, lança carros todo ano, e faz com que os modelos anteriores pareçam velhos, desgastados, sem brilho. Nem todos podemos trocar de carro todo ano, mas certamente se o pudéssemos, faríamos. E não é porque o carro está velho ou muito rodado, seria simplesmente pelo apego ao novo, pelo desejo da novidade, até quem sabe por causa da vontade de ostentar. O mesmo acontece com celulares, roupas, relógios, etc. Estamos vivenciando uma geração que trata quase tudo como descartável.

Mas pior do que tratar as coisas como descartáveis, é tratarmos as pessoas dessa forma. Infelizmente esse comportamento está presente em nosso dia a dia, basta olharmos para quantas casas de repouso estão lotadas de avós, pais e mães que foram considerados inúteis, desgastados, fardo e tantos outros adjetivos negativos. Não estou me referindo aos casos em que o idoso precisa de cuidados especiais, em que a família não tem condições de fornecer tais cuidados. Aqui, a menção é aos inúmeros casos de abandono, simplesmente porque não queremos mais a “coisa velha” por perto. 

Olhe também os casamentos. O tempo passa, as rugas aparecem, os quilos a mais chegam, cabelos brancos e outras marcas do tempo de mostram, e aí alguém diz “eu não te amo mais”. Será que algum dia amou mesmo? Ou será que não é resultado de um olhar moldado pela cultura das coisas descartáveis.

Fato é queridos que não podemos tratar as pessoas como coisas. No texto de hoje Jesus diz para não esmagarmos o galho quebrado, ou seja, não tornarmos mais difícil ainda a vinda de quem já sofre naturalmente com as marcas do tempo, da dor, das preocupações e tantos outros males que batem à porta da humanidade. 

Como você trata as pessoas em seus relacionamentos, sejam eles profissionais ou pessoais? Para você as pessoas são descartáveis? Cuidado para não estarmos esmagando quem já está despedaçado, e apagando a luz de quem não consegue mais brilhar. Seria muito importante, no dia hoje pensarmos bastante sobre isso.

Baseado em "Siga o Mestre" Inspiração Juvenil 2017


segunda-feira, 4 de junho de 2018

A Lei e os Profetas


Essas orientações foram escritas em resposta à um internauta que questionou o uso e significado dos termos "lei e profetas". Obviamente o assunto não será esgotado, mas podemos ter um vislumbre de como entender esses termos dentro da Bíblia Sagrada.

1) A Biblia Sagrada é um livro antigo, e portanto foi escrito dentro de um contexto específico, em épocas específicas, por pessoas diferentes, das mais variadas classes. Dessa forma, ao fazermos uma leitura do texto bíblico não podemos nos esquecer do distanciamento que existe entre nós e o escritor original. Caso isso não seja levado em conta as interpretações podem ser equivocadas.

2) Existem termos técnicos ou mesmo idiomatismos que devem ser considerados no momento de fazermos uma exegese adequada do texto sagrado. Por exemplo, temos que saber o que significava para os leitores primários da bíblia a palavra "gentio" ou “incircunciso”, caso contrário poderemos cometer equívocos na interpretação do texto.

3) No caso específico dos termos "Lei" e "Profetas", nada mais são do que uma referência ao Antigo Testamento (veja Mt 7:12; 11:13; Lc 16:16; 24:44; Jo 1:45 entre outros) . O judaísmo divide o AT em 3 partes: Torah (Lei), Neviim (Profetas), Kethuviim (Escritos). Essas três divisões pode aparecer com algumas variações como, “Lei e profetas”, “Escritos”, “Profetas” ou ainda “Escrituras”. Em outras palavras, todos esses termos são usados de forma cambiável para se referirem ao conjunto de livros do AT.

4) Quando Jesus diz que não veio abolir a “Lei ou os profetas”, ele está afirmando que não veio mudar a mensagem do AT. Jesus não parece estar preocupado em expor as minúcias do AT, sua ênfase é na mensagem que foi deixada por Deus através de Moises e os demais escritores, a saber, a salvação por meio de Cristo.

5) Quando Paulo por exemplo faz uso da palavra “Lei”, ele pode tanto estar se referindo a tudo que foi escrito por Moisés, ou pode estar falando de porções especificas. Ao afirmar que a “Lei é santa e o mandamento santo justo e bom” (Rm 7:12) por exemplo, temos uma referencia clara aos dez mandamentos, uma vez que no verso 7 ele cita “não cobiçaras”. Sendo assim, é necessário entender o contexto e a linguagem empregada em cada texto para sabermos exatamente do que estamos falando. Aproveito para citar o que diz F.F. Bruce (não é adventista) em seu comentário sobre o texto de Romanos 7, ao refletir sobre o pensamento de Paulo: "A obrigação de guardar a lei envolvia antes de tudo a obrigação de saber e obedecer aos Dez Mandamentos. Ê matéria de conhecimento geral que as proibições tendem a despertar o desejo de fazer aquilo que é proibido" .(Romanos - Introdução e Comentário. Ed. Vida Nova. Pg. 72)

6) Quando encontramos expressões “lei”, ou “lei abolida” precisamos identificar de qual lei estamos falando. O raciocínio é simples: se admitirmos que quando o texto sagrado diz que as leis ou ordenanças foram abolidas não é necessário entender de qual lei estamos tratando, então vamos ter que concordar em abolir a idolatria, o adultério, a mentira, etc, e não somente o sábado. Esse é um pensamento perigoso pois pode nos desviar da obediência à vontade de Deus.

7) Devemos lembrar ainda que a bíblia apresenta varias leis, e em muitas passagens essas leis estão dividas como que por categorias (veja Lv 11; 17:1-9; 19; 21; 22; 25:35-38; 27:30-34 e muitos outros). Isso mostra que existiam claramente uma diferenciação daquilo que tinha caráter irrevogável daquilo que poderia ser adaptado. Além disso temos ainda os textos no NT testamento que deixam claro que a lei abolida se refere aos rituais de sacrifício que apontavam para a obra salvífica de Jesus (Hb 7:11-18; 9:11-14).

8) O termo “Lei” é amplo, e deve ser compreendido dentro de seu devido contexto para que não venhamos colocar nossa opinião acima da Palavra de Deus. Quando lemos o NT não encontramos qualquer evidência de que os Dez Mandamentos foram mudados, cancelados, anulados ou abolidos.

Por fim, destaco duas falas importantes a respeito do assunto. A primeira foi dita por João: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1Jo 2:4). O outro texto foi mencionado pelo próprio Cristo: “Se me amais guardareis os meus mandamentos.” (Joao 14:15). Prefiro andar segundo a orientação bíblica, e tentar fazer o meu melhor em retribuição ao Deus que me amou primeiro.

Sem mais,

Vanius Henrique Dias
Bacharel em Teologia

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Jesus - a nossa propiciação "hilastērion"

Texto: Lucas 18:13, Romanos 3:23-25

INTRODUÇÃO

O evangelho de Lucas foi chamado o livro mais encantador do mundo. Uma vez um americano pediu a Denney que lhe recomendasse um bom livro sobre a vida de Cristo, ao que este respondeu: "Você já leu o que escreveu Lucas?" Não seria muito desacertado dizer que o terceiro evangelho é a melhor “vida de Cristo” que se escreveu. (Barclay, 4).

A tradição vincula cada um dos quatro evangelhos a um símbolo. Mateus é simbolizado pelo leão. Já o evangelho de Marcos é simbolizado pelo homem. No caso do livro de João temos o símbolo de uma águia. O evangelho escrito pelo médico Lucas é simbolizado pelo bezerro. O bezerro é símbolo de oferta pelo pecado. Logo, é assim que Lucas vê a Jesus. Ele vê o Mestre como sacrifício e propiciação para todo o mundo, não somente para esse ou aquele grupo. Lucas mostra um Salvador Universal!

Objetivos: (1)mostrar que todos somos pecadores; (2) demonstrar a postura do pecador verdadeiramente arrependido; (3) Esclarecer que somente Cristo Jesus é quem pode nos perdoar, nos habilitar para estarmos na presença de Deus.

Proposição: Embora as Escrituras nos mostre claramente que não há possibilidade de o homem ser salvo pro seus próprios méritos, algumas pessoas insistem em agir como se sua conduta fosse suficiente para obterem a salvação. Contudo, existem também aqueles que nunca se esquecem que “todos pecaram”, que obrigatoriamente “carecem da glória de Deus”. Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus mostra claramente a distinção entre os dois grupos, e Paulo vai nos dar ainda uma visão mais ampla do significado do pedido daquele judeu publicano.

I – SIMBOLO DE DUAS CLASSES DE PECADORES

São pecadores, mas se esqueceram (v. 11,12)

Os fariseus eram pessoas respeitáveis perante a sociedade judaica. O próprio Cristo deu destaque a esse fato ao dizer que se a justiça humana não exceder em muito a justiça dos fariseus, não seria possível alcançar o reino de Deus. Podemos dizer que, se uma pessoa pudesse chegar ao Céu por meio de seus atos, os fariseus seriam fortes candidatos. E confiando nisso, o fariseu da parábola vai ao templo. Tem no seu coração o orgulho, a prepotência de imaginar que todos os seus atos são suficientes para coloca-lo em situação privilegiada diante de Deus.

Alguém disse que, a fala do fariseu é tão arrogante que, só faltava Deus aparecer a ele e perguntar: “Ok meu filho. Quanto eu te devo?” Existe um texto na tradição judaica atribuído à Simeão Ben Jochai onde ele declara: "Se só houvesse dois homens retos neste mundo, seríamos meu filho e eu; se só houvesse um, esse seria eu!" O fariseu realmente não foi orar, foi informar a Deus a respeito de quão bom era ele. (Barclay)

O fariseu da história de Jesus se esqueceu que era um pecador “miserável, pobre, cego e nu”. É mais ou menos como um peixe esquecer que precisa de agua para sobreviver, e assim tentar viver fora do aquário. Está condenado a morte!

Ellen White diz que, “Quando o pecado embota as percepções morais, o transgressor já não discerne os defeitos de seu caráter, nem reconhece a enormidade do mal que cometeu; e a menos que se renda ao poder persuasivo do Espírito Santo, permanece em parcial cegueira quanto aos seus pecados. Suas confissões não são sinceras e ferventes.(Caminho a Cristo, 40)

São pecadores e nunca se esquecem (v. 13)

Jesus agora coloca outro personagem na história. Dessa vez um publicano, e segundo a ótica de Lucas, um dos rejeitados. Um publicano era um cobrador de impostos, e talvez alguém pergunte: “que mal há em ser um cobrador de impostos?” Em situações normais diríamos, que não há qualquer mal nisso, afinal é um trabalho digno e necessário, ainda mais quando pensamos que muitas pessoas sonegam impostos e são corruptas. Mas o publicano nos dias de Cristo era um judeu que aceitou trabalhar para Roma, e assim cobrar os abusivos impostos  que o império exigia da população. Assim, não é difícil entender porque os publicamos são constante comparados à pecadores para os judeus “piedosos” daqueles dias. Jesus então está falando de alguém que está precisamente do lado oposto do fariseu, pelo menos na ótica humana.

Mas diferentemente do fariseu que se mostrou o “rei da cocada preta”, o publicano não tem dúvidas de quem ele realmente é. Sua atitude e suas palavras nos mostram isso. “Mantinha afastado, e nem sequer elevava os olhos a Deus. As versões comuns não fazem justiça à sua humildade, pois em realidade sua oração foi: ´Deus, sê propício a mim – o pecador´, como se não fosse meramente pecador, e sim o pecador por excelência.” (Barclay)

Esse homem nunca havia se esquecido de sua condição, nunca havia esquecido suas origens, nunca havia esquecido que era um pecador, merecedor da morte!

II – SIMBOLO DO PERDÃO DE DEUS

Vamos agora abrir um parêntese para tentar entender o que Jesus (ou Lucas) tinha em mente quando usou a expressão “sê propicio a mim”.

O propiciatório e a presença de Deus (Ex 25:17-22)

Depois de tirar o povo israelita do Egito, o Senhor pede a eles que construam um santuário. O motivo talvez mais significativo seja aquele expresso em Êxodo 25:8, quando Deus declara: “para que eu possa habitar no meio deles”. Mas além disso existiam lições a serem ensinadas por meio do santuário, era o desejo de Deus que os israelitas entendessem tais lições, que apontavam para obra redentora de Jesus.

“O edifício era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina (Santo e Santíssimo),... A tenda sagrada ficava encerrada em um espaço descoberto chamado o pátio,... No pátio, e bem perto da entrada, achava-se o altar de cobre para as ofertas queimadas, ou holocaustos. Sobre este altar eram consumidos todos os sacrifícios feitos com fogo ao Senhor,... Entre o altar e a porta do tabernáculo, estava a pia, que também era de cobre,... No primeiro compartimento, ou lugar santo, estavam a mesa dos pães da proposição, o castiçal ou candelabro, e o altar de incenso.... Precisamente diante do véu que separava o lugar santo do santíssimo e da presença imediata de Deus, achava-se o áureo altar de incenso.

Além do véu interior estava o santo dos santos, onde se centralizava a cerimônia simbólica da expiação e intercessão, e que formava o elo de ligação entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora, e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita para ser o receptáculo das tábuas de pedra, sobre as quais o próprio Deus escrevera os Dez Mandamentos.... A cobertura da caixa sagrada chamava-se propiciatório. Este era feito de uma peça inteiriça de ouro, e encimado por querubins do mesmo metal, ficando um de cada lado.  ... Acima do propiciatório estava o shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a Sua vontade.” (PP 347-349).

O propiciatório e o pedido de perdão (Lv 16:15,16)

Além de ser o local da manifestação da glória de Deus, o propiciatório era o local onde o sangue do bode sacrificado no dia da expiação era aspergido. Ao aspergir o sangue sobre o propiciatório, o sumo sacerdote estava entregando a Deus, a oferta pelo pecado do povo, e não apenas o pecado de um dia, mas de todo o ano. O texto é bastante forte, pois diz que era feita expiação por todas as impurezas lançadas no santuário durante o ano, por todos os pecados do povo. Seguindo a lógica dos símbolos e dos rituais que envolvem o santuário, percebemos que ao lançar o sangue sobre o propiciatório, o sacerdote estava suplicando a Deus que aceitasse o pedido de perdão da nação. Diante de Deus, da sua santa presença eram lançados os pecados do povo, a assim havia um pedido de perdão, de misericórdia. Era a súplica pela graça divina! Era como se o povo todo dissesse naquele momento: “Senhor, sê propicio a mim pecador.” O verso 31 mostra que esse dia era um dia de grande expectativa e o sentimento que devia tomar o povo era o de contrição, arrependimento, reconhecimento de sua condição pecaminosa – “afligireis a vossa alma”.

Aqui vemos um paralelo com a reação do publicano da parábola. Ele estava aflito, se sentia o maior dos pecadores, e sabia que se Deus não olhasse com misericórdia ele não poderia sobreviver ao juízo divino, pois nada que ele fizesse poderia coloca-lo em vantagem, nada que ele fizesse poderia desviar a punição de seu pecado. Somente o perdão de um Deus de amor seria capaz de tal ato!

III – SIMBOLO DO VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

1. Uma necessidade “sê propicio a mim pecador” (v. 13)

Quando voltamos ao texto de Lucas, vemos que, o publicano estava perfeitamente ciente de sua necessidade. Ele não precisava de dinheiro, não precisava de finas roupas, nem ao menos do favor dos homens. O que aquele homem mais carecia era da misericórdia divina, ele necessitava do perdão de Deus apesar de suas falhas.

Esse reconhecimento, esse senso de incapacidade é que faz do publicano merecedor da atenção de Deus. Observemos que Jesus afirma que foi esse publicano, rejeitado, traidor, talvez até desonesto que saiu dali justificado. O publicano sabia que estava doente, sabia que precisava de socorro urgente, e mais ainda, sabia quem exatamente era Aquele que podia cura-lo. Ao contrário do fariseu que se exaltou, que se declarou justo, o publicano se coloca como alguém que tem todas as credenciais do mal. No verso 14 Jesus diz que todo aquele que se exalta será humilhado, e exaltação aqui está ligada exatamente ao senso de salvação pelas obras, ao pensamento de que Deus irá me premiar por aquilo que faço ou por aquilo que tenho.

Quando olhamos para o publicano, percebemos alguém que está diante de uma forte necessidade, a necessidade de ser perdoado! “A confissão não será aceitável a Deus sem o sincero arrependimento e reforma. E preciso que haja decisivas mudanças na vida; tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Este será o resultado da genuína tristeza pelo pecado.” (Caminho a Cristo, 39)

2. Uma realidade “Cristo é a nossa propiciação” (Rm 3:23-26)

O apostolo Paulo divinamente inspirado nos mostra que a reação do povo de Israel no dia da expiação e também a atitude do publicano na parábola, é exatamente o que se espera daqueles que professam terem aceitado a Cristo como seu único salvador.

“Paulo utiliza a metáfora do sacrifício. Diz de Jesus Cristo que Deus o apresentou como alguém que pode obter o perdão de nossos pecados. A palavra que Paulo usa para descrever a Jesus Cristo é a palavra grega hilasterion. A palavra provém do verbo grego que denota conciliar. É um verbo que tem que ver com o sacrifício.” (Barclay, 68)

Nesse texto Paulo aponta tanto para a metáfora do santuário como também nos faz considerar a atitude do publicano. O apostolo está nos mostrando que, a menos que confiemos unicamente nos méritos de Jesus, nunca poderemos ser salvos. Ele afirma que somos “justificados unicamente por sua graça”. Não há espaço para orgulho, não há espaço para pensarmos em méritos ou vantagens. Não importa se você é crente a 30 anos, também não interessa se você guarda os dez mandamentos, assim como também não importa se você devolve fielmente os dízimos ou é vegetariano. Essas coisas obviamente são importantes, mas não podem salvar quem quer que seja, pois se pudessem, o fariseu da história não deveria ser censurado por Cristo. Ele fazia tudo isso e mais um pouco!

Paulo aqui nos faz ver uma realidade: Somente Jesus Cristo pode nos colocar em posição de estar em pé diante de Deus. Somente o Redentor da Cruz pode fazer com que Deus seja propicio a nós, os pecadores. Estamos diante da mais bela e importante realidade.

“Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve; pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que dantes parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.” (Caminho a Cristo, 59)

Conclusões

1. Como pecadores que somos, devemos reconhecer nossa indignidade.
2. Devemos ainda reconhecer nossos pecados porque isso não é uma opção e sim uma necessidade.
3. Supliquemos a Deus constantemente pelo perdão de nossos pecados
4. Confiemos unicamente nos méritos de Cristo para remissão de nossos pecados, pois somente Ele é a nossa propiciação.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Predestinação - não é tão simples assim

Pensarmos em um decreto pré-temporal, para eleger alguns e condenar outros incondicionalmente não é de fato uma eleição “em Cristo”. E porque não? Porque nesse contexto Cristo é dado posteriormente à eleição, ou seja, primeiro escolhe que vai se salvar para depois Jesus morrer por essas pessoas. Então a eleição não foi feita primariamente "em Cristo". Embora “em Cristo” às vezes seja introduzido nessa teoria de eleição, é somente como um método de efetivar a decisão divina. Por detrás desse “em Cristo” há ainda a etapa mais profunda de eleição e condenação. O ato de eleição em si é fora de Jesus Cristo. A eleição incondicional talvez fizesse mais sentido se ela fosse feita depois da morte de expiatória de Cristo (e olhe lá). Essa é uma questão que a ala reformada da igreja ainda não conseguiu solucionar. Inclusive é o que diz James Daane em seu livro "The Freedom of God".

O outra questão é que na ótica da eleição incondicional Deus é o autor e causador do mau. Ainda que alguns calvinistas neguem que Deus seja o autor do pecado, fica muito dificil dfender essa posição, ainda mais quando lemos eruditos reformados como Peter Y. de Jong dizer que “Deus claramente pré-ordena o mal”. (Crisis in the Reformed Churches) A biblia diz que o mal nasceu no coração do diabo enqto ele era perfeito e ainda habitava no céu. Seguindo o pensamento de Jong, foi Deus quem plantou essa semente maligna no coração de lùcifer. Logo podemos ver um Deus que é pior do que o diabo, uma vez que esse Deus é quem o estabeleceu como portador do mal. Observe, o texto de Ez 28:15 diz que Lúcifer era "perfeito em seus caminhos". Então Deus destruiu essa perfeição, e isso o torna o vilão causador do mal.

Importante que esse dois pontos de reflexão que estou colocando, são propostos pelos próprios reformados, não se trata de um argumento de oponente, mas sim de uma questão de ordem lógica que os próprios calvinistas nao conseguiram ainda responder.

E mais uma coisa. Fique claro que não acho que Calvino tenha sido um teólogo inexpressivo, ou não fosse um cristão genuíno. Calvino, Lutero, Huss, Arminio,  Aquino, Agostinho, e tantos outros cometeram erros e acertos.A questão pra mim é encontrarmos teologica e logicamente um ponto de equilibrio das declarações desses grandes homens de Deus

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Extraído e adaptado de https://setimodia.wordpress.com/2008/11/25/10-principais-dificuldades-do-sistema-teologico-calvinista/ 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

JESUS FOI GERADO PELO PAI?

Existem muitos textos que, se não forem interpretados corretamente podem gerar problemas para o entendimento da mensagem bíblica. Dessa forma, é muito importante uma leitura atenta e desprovida de interesses pessoais ou pontos de vista “apaixonados”.

Existem pelo menos dois textos usados para defender a posição de que Cristo é um ser gerado, uma criatura. O primeiro deles é o texto messiânico do Salmo 2:7 onde lemos: “Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”. O segundo texto é o de Colossenses 1:15 que diz: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. A pergunta então é, como entender esses dois textos? Também devemos refletir se seria Cristo então uma criatura, uma espécie de Deus menor como alguns defendem?

O SALMO MESSIANICO

No caso do Salmo 2:7 o texto está falando primariamente sobre o Rei de Israel (monarca), e o que está sendo dito ali de forma resumida é que, Deus o colocou (o rei) naquela posição, ele foi escolhido (ungido) por Deus para exercer aquela função. Em suma, a posição daquele homem é fruto da vontade divina. Podemos entender que o homem (Davi por exemplo) já existia, mas Deus o fez rei, ou seja o gerou como Ungido.

Quando aplicamos o texto à pessoa de Cristo, a situação muda consideravelmente. O comentário de Beacon diz que,

“... Estas palavras são aplicadas à ressurreição de Jesus por Paulo em seu sermão em Antioquia (At 13.33), e pelo escritor aos Hebreus, tanto em relação à filiação de Jesus como sendo superior aos anjos (Hb 1.5) como em Cristo ter sido feito sumo sacerdote pela própria ação de Deus (Hb 5.5). Somente neste texto do AT o termo gerei é usado tendo o Senhor como seu tópico. Em relação a Cristo, a palavra hoje tem recebido diversas interpretações. Ela pode ser entendida como o “dia” da sua geração eterna, o dia da sua concepção pela virgem ou o dia da sua ressurreição (Rm 1.4). Alguns entendem que todo o seu estado encarnado é visto como o seu “dia”.” [1]

É importante notarmos então que as aplicações são diferentes. Não podemos dizer que o rei e Cristo estão em pé de igualdade no momento de fazermos as devidas aplicações do texto.

Derek Kidner em seu comentário dos Salmos relata também:

“Aqui, as palavras podem ter sido faladas como oráculo ou lidas em alta voz pelo rei (“Proclamarei...”) no rito da coroação,3 como sugere a palavra hoje, para marcar o momento em que o novo soberano formalmente assumiu sua herança e seus títulos. A conexão entre esta proclamação e a ressurreição, em At 13:33 (cf. Rm 1:4), é duplamente significativa contra tal pano de fundo. Para qualquer rei terrestre, esta forma de trato somente poderia suportar uma interpretação levíssima; o Novo Testamento, no entanto, nos obriga a aceitar seu valor inteiro que exclui os próprios anjos, deixando um só candidato de posse do titulo (Hb 1:5). Na ocasião do batismo de Cristo, e na da Sua transfiguração, o Pai O proclamou Filho e Servo, em palavras tiradas deste versículo e de Isaías 42:1 (Mt 3:17; 17:5; 2 Pe 1:17).[2]

Sendo assim, os textos não parecem mostrar uma geração em termos de existência, mas sim em termos de posição/função. E o problema óbvio de colocarmos Cristo como um ser gerado, recai sobre seu papel enquanto Criador. Nesse caso a pergunta mais importante seria: como admitir que uma criatura tivesse as prerrogativas de ser o Criador tal qual YHWH? A resposta então deve se basear no que a Bíblia diz sobre o Filho como Criador, e em João 1:1-3, é dito entre outras coisas que o Verbo (Jesus) “era Deus”. Se João imaginasse que Jesus não era Deus como Pai, ele teria explicado isso na abertura do seu livro, e obviamente isso não acontece.

Usar esse texto (Salmo 2:7) para defender que Jesus é um ser gerado por Deus não se mostra uma alternativa plausível e coerente com o restante do texto bíblico.

O PRIMOGÊNITO

Colossenses 1:13-23 é um texto bastante importante no que diz respeito a identidade Jesus e sua atuação como nosso Salvador. Paulo nesse texto está mostrando que Cristo é o Redentor do mundo e tudo que nele existe. O Apóstolo faz uso do termo “primogênito”, fazendo claramente uma referência à importância de que Jesus tem. Vale lembrar que, para o entendimento pleno do que o Paulo está falando devemos ler todo do parágrafo, e não somente o verso 15.

A palavra “primogênito” não indica necessariamente geração ou filiação. O AT faz uso do termo apontando para a importância de determinado personagem, não tendo necessariamente a intenção de se referir a ele como o primeiro em termos de geração ou cronologia. Alberto Timm, explica de forma simples o uso da palavra “primogênito” no AT quando diz:

Para entender essa questão, é importante ter em mente que, entre os israelitas, todo o primogênito deveria ser consagrado ao Senhor (Êx 13:1-16; ver Lc 2:22-24), recebendo herança “dobrada” em relação aos demais irmãos (Dt 21:15-17). Embora o termo “primogênito” seja normalmente usado para designar o primeiro filho de um casal, ele é também empregado na Bíblia em relação a um dos demais filhos, que não o mais velho, mas que tenha se destacado entre os seus irmãos. É neste sentido que Deus qualificou a Israel, que não era a nação mais antiga da terra, de “meu primogênito” (Êx 4:22); a Efraim, o segundo filho de José e Azenate, de “o meu primogênito” (Jr 31:9); e a Davi, o mais novo dos oito filhos de Jessé, de “meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra” (Sl 89:27).[3]

Dessa forma, ao olharmos para o texto de Paulo à luz das ferramentas hermenêuticas corretas, veremos que “Cristo é qualificado de “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15) em um contexto que O enaltece como o Criador que está acima de toda a criação”.[4] O texto está apontando para importância que Jesus tem, e não está declarando sua origem. Se conectarmos esse texto, ao que diz Isaias em 9:6 de seu livro, a interpretação de Jesus como um ser gerado fica ainda mais absurda. O profeta afirma: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”

Como um ser criado pode ser “Deus Forte”? Como alguém que teve um inicio pode ser chamado de “Pai da eternidade”? Essas perguntas não podem ser desconsideradas ao tratarmos da geração ou eternidade de Cristo.

Pr. Vanius Henrique Dias
vaniusdias@hotmail.com



[1] Comentário Bíblico Beacon, Volume3, pag. 117
[2] Salmos 1 – 72. Introdução e Comentário, pag. 66, 67
[3] Alberto R. Timm - "Como Cristo pode ser “o primogênito de toda a criação” (Colossenses 1:15) sem ter sido criado?" Disponível em http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/sem-contradicao/
[4] Ibdem

Pluralismo Religioso

Andei lendo, vendo, e pensando em algumas coisas. Fiquei tão impressionado e preocupado que resolvi escrever sobre o assunto, espero que d...