terça-feira, 31 de outubro de 2017

500 de Rerforma Protestante

Hoje é um dia de celebração. Estamos celebrando 500 anos que Lutero rompeu com a igreja católica, fazendo assim que o cristianismo sofresse uma grande racha. A idéia da Reforma era romper com os ensinos equivocados da Igreja, mostrando entre outras coisas que a salvação poderia ser alcançada sem a intermediação do clero - Salvação pela graça! Isso foi inovador, maravilhoso, e mudou drasticamente a maneira de nos relacionarmos com Deus e com a Bíblia.

Ocorre que, quando olho para mundo religioso não vejo protesto, não vejo distinção. Infelizmente o protestantismo não foi tão fundo como poderia ter ido, e nós em muitos assuntos ainda partilhamos ensinos da Igreja de Roma como se fossem realmente verdade.

Só a título de exemplo, e poderia citar muitos mais, vamos pensar na teologia da prosperidade. Os padres católicos vendiam suas indulgências em troca das ofertas e dádivas do povo. Para serem salvos, ou mesmo para salvar um familiar do inferno, bastava pagar à Igreja a quantia estabelecida e pronto, o milagre aconteceria.

Bom, não é isso que acontece em muitas igrejas atualmente? São oferecidos todo tipo objeto (meia, fronha, vassoura, lenço e etc) em troca da fé em forma de recurso financeiro. Promessas de fartura e abundância financeira são feitas àqueles que tiverem fé suficiente para doar para a igreja o valor estipulado.

Esse é um exemplo, mas poderíamos falar muito mais coisa (fica pra outra hora). O fato é que o tal rompimento com a com Igreja Católica ainda não é pleno. Muito do nosso cristianismo ainda está mergulhado em pressupostos católicos que, consciente ou inconscientemente tem nos ligados à igreja católica mais do que imaginamos.

Meu propósito aqui não denegrir ou criticar a fé católica, mas questionar o posicionamento de tantos “crentes” que gostam de falar detonar dos “católicos” sem saber ou reconhecer que a doutrina protestante, pentecostal ou neopentecostal está submersa nos ensinamentos da Igreja de Roma.

Se é pra protestar, então protestemos direito. Concordemos com a Bíblia, e deixemos as tradições e opiniões fora da discussão. “Sola Scriptura”



terça-feira, 29 de agosto de 2017

FILHOS REBELDES Deuteronômio 21.18-21

O texto de Deuteronômio pode para muitas pessoas soar contraditório. 
Uma vez que a Bíblia diz claramente que não devemos tirar a vida uns dos outros, como entender então a permissão dada pelo SENHOR para que, os filhos desobedientes sejam mortos?
Abaixo um comentário do referido texto, feito por J.A Thompson, que pode elucidar um pouco da questão. O comentário completo pode ser encontrado no livro "Deuteronômio - Introdução e Comentário; Editora Vida Nova.

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O filho contumaz e rebelde (21: 18-21). Embora fosse necessário proteger o primogênito de um pai volúvel e caprichoso, também era necessário fortalecer a autoridade do pai em certos casos. Uma família estável era fundamental para uma sociedade estável e o respeito aos pais era vital para toda a comunidade de Israel (5: 16). Um filho que ferisse ou amaldiçoasse seus pais era passível de pena de morte, segundo Êxodo 21: 15, 17; Levítico 20: 9. O livro de Deuteronômio segue o mesmo preceito e apresenta aqui um esboço do processo a ser seguido. O caso é descrito em frases condicionais, num tipo de lei casuística.
18. O filho é descrito como contumaz (sôrèr) e rebelde (môreh), desobediente à voz de seus pais. O limite da autoridade paterna era o castigo corporal. Além desse ponto a tarefa ficava confiada aos anciãos da cidade. A queixa deveria ser julgada por juizes imparciais. Se, de fato, os pais chegavam a este extremo não se pode saber. Podemos ter aqui outro exemplo de penalidade formulada de maneira extrema para sublinhar a natureza grave do crime.
19. Tanto o pai quanto a mãe tinham a responsabilidade de levar o filho aos anciãos, cujo dever era tratar das ofensas contra a ordem social e os direitos da família (19: 12). Os anciãos se reuniam à porta da cidade, o lugar costumeiro para a administração da justiça (22: 15; 25: 7; Rt 4: 1, 2, 11; Jó 31:21; SI 127:5; Is 29: 21; Am 5: 10, 12, 15). É interessante notar que ambos os pais deveriam agir em acordo nesta situação tão drástica, que poderia facilmente terminar com a morte do filho. A decisão judicial, todavia, cabia aos anciãos, pois a ofensa era preocupação mais que familiar. Era uma ofensa a toda a comunidade.
20. A acusação era formulada. Este nosso filho é contumaz erebelde, não dá ouvidos à nossa voz; é glutão e beberrão. A razão da apresentação da queixa fica aparente no final do versículo (cf. Pr 23: 21; 28:7). Talvez estas fórmulas sejam citadas apenas como exemplos do tipo de acusação a ser feita em tais ocasiões, já que outros problemas além de glutonaria e bebedice poderiam levar um homem a ser um perigo para sua comunidade. É digno de nota o fato de que apenas o testemunho dos pais era necessário (cf. 19: 15-21, no tocante a criminosos). A natureza deste caso excluía o perigo do falso testemunho derivado de ódio pessoal.
21. Se os anciãos considerassem aquele homem culpado, a sentença seria morte por apedrejamento. Não era exigido aos pais participar, talvez por uma questão de delicadeza, embora mais provavelmente para enfatizar o fato de que o poder de vida ou morte sobre seus filhos não lhes cabia. Somente a comunidade podia administrar justiça em caso de conduta desregrada que fosse perigosa à ordem familiar. Embora não se encontre exemplo da execução desta sentença nas páginas do Velho Testamento, as prescrições aqui apresentadas deixam patente a seriedade do crime. A lei parece subjazer as palavras de Jesus em Marcos 7:10. O contexto da referência é a obrigação do cuidado dos pais pelos filhos. Nem mesmo o voto de apresentar uma oferta para o Templo deveria impedir alguém de sustentar seus pais. Se houvesse qualquer tradição oral afirmando que tais votos absolviam os filhos do cuidado de seus pais, tal lei oral, no ponto de vista de Jesus, invalidava a Palavra de Deus. Aos olhos de Jesus tal atitude era uma quebra do mandamento “Honra a teu pai e tua mãe” e exigia a sentença “Quem falar mal de seu pai ou sua mãe certamente morrerá.” Esta exposição da obrigação de um filho para com seus pais é realmente impressionante. No Novo Testamento os pais são exortados a não provocarem seus filhos à ira (Ef 6: 4). Por outro lado, entretanto, o livro de Provérbios afirma que “aquele que retém a vara odeia a seu filho” (13: 24). Há, no pensamento bíblico, um delicado equilíbrio nos relacionamentos entre pais e filhos.
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CONCLUSÃO 
Percebemos então que, essa era uma medida prevista nas leis civis do povo hebreu, mas é difícil imaginar que algum pai de fato cumprisse tal determinação legal. O que o texto bíblico pretende mostrar é que, os filhos devem ser obedientes aos pais, e que o comportamento de rebeldia é condenado por Deus. Os pais são representantes de Deus, e não obedece-los, não respeita-los, implica em agir contra o próprio SENHOR.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ESCREVA SUA HISTÓRIA Jó 19:23-26

INTRODUÇÃO
Além de escrever os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada (Torah), Moisés também escreveu o livro de Jó. Provavelmente durante o período que viveu em Midiã após a fuga do Egito Moisés recebeu a revelação da história do patriarca Jó.
O livro de Jó apresenta um estrutura em prosa e poesia (A – B – A).
A) Prólogo: (1) a vida feliz e irrepreensível de Jó; (2) Teste da devoção e fidelidade de Jó; (3) A chegada dos três amigos de Jó (Elifaz, Bildade e Zofar).
B) Diálogo: (1) O lamento de Jó; (2) Primeira rodada de discursos; (3) Segunda rodada de discursos; (4) Terceira rodada de discursos; (5) Discurso conclusivo de Jó.
B) Hino à sabedoria (28:1-28)
B) Monólogos: (1) A oratória de Jó; (2) Os discursos de Eliú; (3) A Revelação de Deus e a reação de Jó (38:1-42:6)
A) Epílogo (42:7-17): (1) O veredicto de Deus; (2) A restauração de Jó;
Vamos analisar uma parte desses diálogos entre Jó e seus amigos. Precisamente o texto do capítulo 19 versos 23 à 26, onde Jó faz um pedido curioso. Esse pedido foi atendido, mas Jó ainda não sabe.
A situação de Jó
Como sabemos, Jó passou de homem importante e prestigiado à uma pessoa sem valor e desprezado. Perdeu tudo que tinha, perdeu seus filhos, empregados, saúde. Estava em uma situação que nós costumamos chamar de "o fundo do poço", não via nenhuma luz no fim do túnel.
Embora Jó estivesse profundamente abatido, triste e cheio de dúvidas, ele não perdeu a fé. Nesse ponto, é importante salientar que duvidar, questionar, ter medo, buscar respostas, não é pecado. Deus não nos condenará pelo fato de não entendermos os seus planos. O SENHOR não é injusto, Ele conhece nossas limitações e sabe que algumas coisas são profundas demais para a mente humana (Dt 29:29).
As dúvidas e questionamentos de Jó ficam claras em algumas passagens (6:4,11,29; 10:7; 13:20-23). Ele não entendia o porque de tanto sofrimento, estava triste e profundamente abalado, mas suas palavras mostram também que ele não tinha perdido sua fé.
Da mesma forma, nós podemos ter dúvidas, podemos nos entristecer, podemos questionar, mas é fundamental que não percamos a fé. Precisamos confiar em Deus, suas promessas e seu poder que é maior do que qualquer montanha de dificuldade que enfrentemos.
Nem sempre será possível responder os porquês que encontramos ao longo do caminho. Porque fiquei desempregado? Porque me traíram? Porque estou com essa doença? Porque meu filho está doente? Porque perdi minha mãe?  Porque essa tragédia em minha vida?
Todas essas perguntas são reais, e seria muito bom termos respostas automáticas para elas. Contudo não é assim. A verdade é que, assim como Jó ficaremos sem entender muitas das coisas acontecem em nossa vida. Se olharmos de forma macro, podemos dizer com segurança que a entrada do pecado em nosso planeta é a razão de tudo isso. No relato de Jó vemos que foi o Diabo que causou toda aquela desgraça na vida do patriarca. Mas mesmo entendendo isso, fica ainda difícil aceitar com tranquilidade uma situação de dor e sofrimento.
Em outras palavras, não temos todas as respostas e somente quando nos encontrarmos com Deus face a face é que poderemos começar a entender esses porquês. Até lá o que nos resta de fato é saber, crer, confiar que o nosso Redentor vive, e sim, Ele certamente se levantará para colocar fim a todas as nossas angústias, dores, decepções e frustrações, que são recorrentes em um mundo contaminado pelo mal, escravizado pelo pecado.
A história escrita
Nos versos 23 e 24 do capitulo 19, Jó faz um inusitado pedido. Ele pede que sua história seja registrada, quer que seja contado ao mundo tudo o que lhe aconteceu de forma injusta. O pedido de Jó traz consigo a esperança de que um dia será mostrado que todas as acusações que ele sofreu foram na verdade uma injustiça cruel.
Mas é curioso que ele ao pedir que seja registrada a sua história, solicite que isso seja feito em um material pouco comum. Ele diz “com pena de ferro e com chumbo, para que fossem esculpidas na rocha”. Nesse ponto da história Jó está pedindo que tudo seja registrado de forma permanente. Ele deseja que os fatos sejam registrados e guardados até o dia do juízo final.
Jó tinha tanta confiança na justiça divina que ele queria ver seu caso repassado à vista do universo, para que nesse momento ele fosse julgado com verdadeira justiça.
É interessante perceber que Deus atendeu esse pedido. Um pedido aparentemente simples, mas que ao ser atendido causaria um tremendo impacto no mundo. Jó não sabe, mas seu pedido foi atendido, sua história foi escrita, e hoje é fonte de inspiração para muitas pessoas que têm enfrentado as lutas e provas do dia a dia.
Jó morreu, mas sua experiência, sua perseverança ficaram para nos mostrar que não podemos desistir, não podemos fraquejar na fé. A história de Jó foi escrita, e hoje é um exemplo de como nos comportarmos em horas em que a dor, a dúvida, o medo vem sobre nós. Jó está morto, mas continua falando a nós através da sua perseverança e fé.
Escreva sua história
E quanto a nós, que tipo história estamos escrevendo? Que legado vamos deixar para as próximas gerações? Que história será contada sobre nós na eternidade?
A Bíblia diz que um dia tudo será descoberto, tudo será revelado e nada ficará escondido. Sendo assim, estamos agora escrevendo uma história que pode não estar entre os best sellers deste mundo, mas certamente será lida no dia da prestação de contas à vista de todo o universo.
Que história você quer escrever? O que você deseja que seja contado a seu respeito na eternidade? Jó será reconhecido por muitos, por ser aquele que em meio às duras lutas não fraquejou, não desistiu. Será lembrado sempre como o homem integro e reto, que sempre procurou se desviar do mal. Jó sempre será uma referencia positiva, mesmo que não tenha sido capaz de compreender tudo o que estava acontecendo.
E você? Não quer começar hoje a escrever sua história nos livros do céu? Não quer que sua história de vitória seja registrada afim de que o mundo conheça o poder de Deus através da sua vida?
CONCLUSÃO
Deus te chama agora e te dá uma folha em branco para você começar a reescrever sua história, uma linda história, uma história de vitória que terá em seu capítulo final a frase do próprio Deus: “Bem estar servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”... “eis que faço novas todas as coisas”... “já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Mt 25:21; Ap 21:4,5)

A eternidade está às portas, por isso tenha certeza que as aflições que você tem enfrentado vão terminar. Mas até lá, resista, fique firme, não desista! Sua história está sendo registrada nos livros do Céu, e em breve o Seu redentor se levantará para fazer justiça à você!

segunda-feira, 3 de julho de 2017

VOCÊ TEM CERTEZA? - Marcos 10:46-52

INTRODUÇÃO
Possuir uma deficiência seja ela qual for, não é e nunca será fácil. Dificuldades de acessibilidade, preconceito, variadas formas de rejeição, são algumas das dificuldades que as pessoas com necessidades especiais enfrentam.
Segundo a OMS, com dados de 2011, 1 bilhão de pessoas vivem com alguma deficiência – isso significa uma em cada sete pessoas no mundo. 
Além disso, mais de 50% das pessoas com deficiência não conseguem pagar por serviços de saúde.
Em um estudo realizado em 2003 pela Universidade de Rutgers (EUA), um terço dos empregadores entrevistados disseram que acreditam que pessoas com deficiência não podem efetivamente realizar as tarefas do trabalho exigido. 
Se atualmente existem essas e outras dificuldades para pessoas que sofrem algum tipo de deficiência, imagine como deveria ser ainda pior nos tempos bíblicos.

Antigamente
No chamado “Manuscrito das Regras”, qualquer pessoa ferida na carne, paralíticos de pés ou mãos, aleijados, cegos e mudos, não podiam fazer parte da congregação.
Ainda, de acordo com o manual “A guerra entre os filhos da luz contra os filhos das trevas”, nenhum coxo, aleijado ou cego, era digno de ajuntar-se aos eleitos na guerra escatológica contra e a hostes de belial. Nenhum deles poderia participar do banquete messiânico, assim como não podiam ter acesso ao templo em Jerusalém, exceto, para pedir esmolas nos seus arredores.
Definitivamente, a vida não era nada fácil para pessoas como Bartimeu, o cego. Isso fica evidente na maneira como ele é tradado durante seu clamor por ajuda (v.48). Ao invés de ajuda-lo, de socorre-lo, as pessoas mandam que ele fique calado –  Exclusão  Social.
Para Jesus contudo a situação é vista de outra perspectiva. Ele vê a pessoa por trás da dor. Ele vê o rosto por de trás das lagrimas. Cristo não quer apenas promover o fim da dor ou do sofrimento, Ele deseja ver o ser humano feliz e realizado. Jesus quer promover cura em todas as dimensões do ser humano – física, mental e espiritual.
"Penso, às vezes, que se Deus fosse colocar uma etiqueta de preço nos seres humanos, mesmo naqueles que padrões humanos podem considerar como sem qualquer valor, o número seria tão grande que seria impossível ler. Em sua aceitação das pessoas Jesus proclamou que ninguém é excluído, a não exceto aqueles que decidem, por si mesmo, se excluir." (Rodor)

O desejo do cego
Não sabemos o que Bartimeu entendia com a expressão "Filho de Davi". Nós sabemos por sua persistência, no entanto, que ele estava convencido que a misericórdia de Deus está profusantemente disponível em Jesus. Ciente de nada ter para merecer a atenção de Jesus, ele grita "tem misericórdia de mim". (Mulholland)


Bartimeu tinha um problema que lhe causava além de inúmeros transtornos e constrangimentos, também fazia com seu coração ficasse triste, amargurado. Contudo, ele tinha alguma esperança. No momento em que ele fica sabendo da presença de Cristo, sem pensar duas vezes ele começa clamar o mais alto que podia. Ele queria ter certeza de que Jesus o ouviria, e tinha certeza de que, se Jesus o ouvisse, de modo algum ficaria sem resposta – Ele tinha uma fé profunda e inabalável.
Aquele homem sabia bem o que queria, sabia do que precisava e estava disposto a fazer tudo que estivesse ao seu alcance, pois tinha convicção de que Deus era poderoso para fazer por ele aquilo que lhe fosse impossível.

A resposta/pergunta de Jesus
Jesus então atende seu clamor. Conforme previsto pelo cego, o Messias, filho de Davi não o deixaria perecer à mingua. Com grande compaixão Jesus pede para traze-lo. Cristo estava disposto a recompensar aquela vigorosa fé, não porque Bartimeu merecesse ou fosse digno, mas porque o Filho do Homem tem profundo interesse nos problemas e dores de cada filho por quem a vida Ele entregaria na cruz.
Cristo sabia tudo que se passava na vida daquele homem, e mesmo que não soubesse, ao ver um cego diante de Si saberia sem dificuldades qual era o maior desejo daquele sofredor. Mesmo assim Jesus faz a pergunta “absurda”, a pergunta de resposta mais obvia que alguém poderia dar – Será mesmo?
“Que queres que eu te faça?” Essa foi a pergunta feita Jesus para Bartimeu. Mas Jesus não estava falando apenas de sua cegueira. O Mestre não estava querendo “chover no molhado” como alguns poderiam sugerir. A pergunta tem um grau de profundidade muito grande. Era uma pergunta desafiadora para aquele homem!
Bartimeu estava acostumado à um estilo de vida. Estava quem sabe preso à hábitos que a partir de agora não fariam mais sentido. Se ele usasse uma bengala, teria de deixa-la; se ele obtinha recursos por meio da mendigagem, agora teria que trabalhar; se possuía um guia, agora teria que andar sozinho.
As mudanças seriam muitas, e também consideravelmente drásticas. A essa altura, fica mais claro o significado da pergunta “o que queres que eu te faça?”. Está preparado para as mudanças que virão? Está pronto para seguir um rumo completamente diferente daquele que você está seguindo? Está preparado para sofrer em virtude das renúncias e provações?

A escolha de Bartimeu
Bartimeu não titubeou! Respondeu com convicção: “Mestre que eu torne a ver.” Tão profunda quanto a pergunta, foi a resposta. Aqui vemos um homem disposto a arcar com todas as consequências de sua escolha. Aquele cego estava convicto de que não podia mais continuar como estava, e era seu desejo pagar o preço da mudança de vida. Bartimeu queria deixar de sofrer, queria parar de chorar, e para isso estava pronto a mudar completamente seu estilo de vida, hábitos, amizades, alimentação, vestuário, e tudo quanto mais fosse necessário.
O verso 52 trás uma informação muito significativa e importante. Após ser curado por Jesus, após receber a tão esperada benção, o cego não saiu correndo alegre comemorando na direção oposta de Cristo. Ele louvou a Deus, ele glorificou o Pai pela sua transformação, mas isso foi feito na companhia de Jesus. O texto é claro ao dizer que ele imediatamente tornou a ver, e a partir daí passou a seguir a Jesus pelo caminho. Bartimeu se tornou um discípulo, um seguidor de Jesus.
Por afirmar que Bartimeu seguiu a Jesus "no caminho" (10.52), o segundo milagre nos conduz diretamente a Jerusalém e à própria cruz(Mulholland). Em outras palavras, ao aceitar o socorro proposto por Jesus, Bartimeu também estava aceitando seguir com Cristo rumo a cruz, rumo ao Calvário. Ele estava negando a si por amor a Jesus, estava abrindo mão de seus interesses para viver os interesses de Cristo.
A última narrativa de cura em Marcos (não o último milagre) destaca as atitudes e ações de Bartimeu, que serve de modelo e de encorajamento para todos: um homem que sabia o que queria, e sabia o que fazer com isso quando o conseguiu.

Conclusão
Jesus conhece todas as nossas necessidades, até aquelas mais especiais e profundas. Ainda que sejamos discriminados, humilhados ou abandonados, Ele sempre estará pronto a nos amparar, nos atender.
Para isso é preciso que clamemos, que tenhamos uma fé forte, firme. Essa fé não pode ser alicerçado em nossa necessidade, mas naquilo que Deus pode de fato fazer por nós, ou seja no poder transformador, curador, e salvador de Jesus.
Ao recebermos a resposta de Deus, temos que realmente estar dispostos a aceitarmos as mudanças que essa transformação nos pedirá. Precisamos estar prontos a seguir Jesus ao longo do caminho, custe o que custar.
Hoje qual é o seu pedido? Mas além disso, qual será sua resposta? Cristo está diante de você e de mim agora e nos pergunta: “O que queres que eu te faça?”

Fontes
Mulholland, Dewey M.; Marcos Introdução e Comentário
Rodor, Amin; O Incomparável Jesus Cristo
White, Ellen G.; O Desejado de Todas a Nações
https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/

quarta-feira, 14 de junho de 2017

ESTÁ NO CAMINHO CERTO? - Mateus 7:13-14


Imagine a cena. Jesus no Monte das Oliveiras cercado de pessoas sedentas por ouvir, aprender, serem consoladas pelas palavras do grande Mestre. Outros recebendo motivação, alguns sendo desafiados. Cristo já tinha falado com eles acerca da oração, da vingança, de adultério, sobre prioridades, jejum e muitos outros assuntos. A cada assunto que Jesus abordava a audiência ficava mais e mais perplexa, se sentiam profundamente desafiados, pois afinal de contas tudo o que Jesus lhes estava mostrando ia em rota de colisão com seus interesses e estilos de vida.
Mais uma vez Jesus vai deixa-los atônitos. O Mestre mais uma vez vai falar sobre os paradoxos da vida, vai combater a lógica humana mostrando que a perspectiva do homem geralmente está equivocada ou obstruída. Fazendo uso de sua privilegiada inteligência e sabedoria divina, Jesus vai mostrar que nem sempre as escolhas que fazemos são as melhores, e que aquilo que é vantajoso aos nossos olhos muitas vezes não passa de uma miragem.

AS APARENTES VANTAGENS
Quem nunca pensou em ser beneficiado em alguma coisa? A venda de um imóvel, uma prova na escola, a compra de um carro, um desconto na farmácia. A todo o momento, sempre que possível, queremos ser beneficiados com alguma vantagem. É quase um instinto, nunca queremos sair perdendo, e na maior parte das vezes queremos que os benefícios sejam obtidos imediatamente.
Um ditado popular diz que “quem não sabe assar, come cru e ainda queima os dedos”. Essa pode ser uma boa maneira de exemplificar como o ser humano toma decisões precipitadas, por impulso, sem pensar ou refletir. Infelizmente quando isso acontece, como disse o ditado, as feridas ficam e o sentimento de culpa, remorso e decepção são inevitáveis.

Drogas
Uma festinha com a galera. Música, danças, alegria, euforia e uma porção de sensações que no começo parecem ser inofensivas. De repente “a grande chance”. Alguém passa por você e oferece algum tipo de droga. O Ambiente está legal. Você está com seus amigos. Gente bonita, jovem e divertida, tudo perfeito. Mas será mesmo? Uma cheirada, um trago, um gole. Pronto, você acabou de cair na armadilha da vantagem ilusória.

Pesquisas apontam que, a maior parte de usuários de drogas no Brasil é composta por jovens de 15 à 25 anos de idade. Isso mostra que, quanto mais jovem for o individuo, mais acessível ele será ao mundo das drogas.

A juventude é o período de muitas descobertas e aprendizado, mas também é a época em que a maior parte dos usuários de drogas é gerada.
Dessa forma, aquilo que parecia uma vantagem se torna uma inestimável perda. Perda da família, perda dos amigos, perda da dignidade, perda da autoestima, perda da liberdade.

Sexo
Você encontra o príncipe ou a princesa da sua vida. Quando vocês estão juntos parece que não existe mais nada, só vocês dois. Juras de amor são feitas, a aliança de compromisso é comprada e até mandam gravar no nome um do outro. Tudo parece perfeito.
Um dia vocês estão sozinhos em algum lugar, os beijos ficam "quentes", os abraços mais apertados, os carinhos mais intensos. Dia após dia o "calor" vai aumentando e a cada encontro passa-se a dar um passo a mais em rumo ao lado proibido do muro.
Como “ninguém é de ferro”, um dia as forças para lutar acabam e assim o casal apaixonado cede e acabam por praticarem sexo. Acabam deixando que as emoções obliterem o raciocínio, e com isso a razão perde espaço para a sensação de prazer, de satisfação, de conquista. Tudo parece perfeito, tudo está maravilhoso. Mas será mesmo? 

ü  26,8% da população sexualmente ativa (15-64 anos) iniciou sua vida sexual antes dos 15 anos no Brasil;
ü  Cerca de 19,3% das crianças nascidas vivas em 2010 no Brasil são filhos e filhas de mulheres de 19 anos ou menos;
ü  Em 2009, 2,8% das adolescentes de 12 a 17 anos possuíam 1 filho ou mais; 
ü  Em 2010, 12% das adolescentes de 15 a 19 anos possuíam pelo menos um filho (em 2000, o índice para essa faixa etária era de 15%);

Além dos fatores sociais envolvidos, temos que destacar ainda as consequências psicológicas e emocionais dessa situação. Meninas, rapazes, pais e mães, toda a família é abalada por uma decisão tomada sem reflexão. E por mais que se diga que isso é natural ou até mesmo que a superação venha em algum momento, não podemos descartar os transtornos e cicatrizes que ficam. Mais uma vez a aparente vantagem se mostrou traiçoeira.

Honestidade
No seriado House, o personagem de Hugh Laurie ficou famoso pelo uso da frase “todo mundo mente”. Dizer que as pessoas mentem não é uma inverdade, afinal de contas quem nunca contou um mentira por menor que seja? O maior problema é quando justificamos a mentira como se ela fosse algo natural, inofensivo, ou pior, sem solução. Mentira não é nunca será algo natural.

Em algumas situações contar uma mentira vai parecer mais fácil, vai se mostrar uma boa alternativa para alcançarmos um objetivo. Contudo devemos lembrar que, quando contamos uma mentira por menor que seja, alguém pode estar sendo prejudicado, a felicidade de alguém pode estar em jogo, uma vitória pode ser conquistada as custas de uma injustiça.

Recentemente o jogador Rodrigo Caio do SPFC protagonizou um dos mais motivadores e polêmicos casos de honestidade. Ao assumir que o jogador Jô do SCCP não havia cometido falta, ele possibilitou que o jogador corintiano tivesse seu cartão amarelo anulado. A atitude irritou muitas pessoas, inclusive o técnico do São Paulo, já que o atleta do Corinthians estava “pendurado”, e sendo confirmado o cartão amarelo ele não jogaria a segunda partida contra a equipe são-paulina.

O que para muitos foi visto como um ato de ingenuidade, para outros foi uma atitude absolutamente honesta, que diz muito sobre o caráter de uma pessoa. A pergunta que surge a essa altura é: até que ponto vale a pena ser honesto, já que em muitas situações agir com honestidade poderá causar problemas para aquele que prefere andar na contramão?

O DESAFIO DE JESUS
Diante disso voltemos à fala de Jesus. Ele diz: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”

Nesses dois versos Jesus diz muitas coisas importantes para aqueles que estão diante da possibilidade de escolher por qual caminho andar. Seja a estrada das drogas, do sexo, da honestidade ou qualquer outra, a questão que Jesus nos aponta é que nem sempre aquilo que se mostra vantajoso é de fato a melhor opção.

No raciocínio de Jesus, o caminho mais fácil nem sempre será o melhor. O caminho confortável e espaçoso pode ser apenas uma armadilha para um abismo de decepção, tristeza, culpa e morte. Jesus nos desafia e revermos o nosso trajeto, analisarmos onde de fato queremos chegar para assim avaliarmos se estamos o caminho certo.

Fazer escolhas certas nem sempre vai nos trazer benefícios a curto prazo, nem sempre seremos reconhecidos por fazermos aquilo é correto. Mesmo assim, precisamos e devemos agir com integridade, responsabilidade e reflexão, entendendo que mais importante do que viajar confortavelmente tendo nossos desejos e caprichos atendidos, é termos a certeza de que chegaremos ao destino correto.

Cristo foi claro quando disse que um caminho é tranquilo, largo e espaçoso mas leva à morte, e os que andam por ele são muitos, uma grande multidão. Em contrapartida, o Salvador afirma que o caminho estreito e incômodo é aquele que conduz à vida eterna, e os que conseguem passar por ele e acessar a porta da vitória são poucos.

Hoje é dia de você escolher por qual caminho vai andar.

Agora é o momento de reavaliar sua rota e verificar se a estrada atual está te levando para vida ou para a morte.

O que você quer? Andar com a maioria que vai se perder ou com minoria que vai ver a porta estreita se tornar em um grande portal de entrada para o céu?

E aí... o que vai ser? Reveja sua rota!




sexta-feira, 12 de maio de 2017

JESUS E A CAVERNA

O mito da caverna ensinado por Platão, tem sido estudado ao longo dos anos e é visto por muitos como um modelo de como a sociedade de forma geral reage ao novo. Geralmente pessoas que têm a mente fechada ou estão presas em seus paradigmas são chamadas para “sair da caverna”. Essa caverna pode ser uma crença, um estilo de vestir, uma visão de mundo diferente das demais. É importante destacar que, ela ser diferente não é o problema, afinal, todos podemos diferir em nossas opiniões.

A questão em voga aqui é se a “minha verdade” é de fato a única, ou pior ainda, se ela é realmente uma verdade. Obviamente não queremos aqui dizer que não existam verdades absolutas, mas sim refletirmos se realmente conhecemos a verdade tal como ela é.

O personagem central da Bíblia Sagrada – Jesus, chega ao mundo também em uma época de muitos paradigmas, de muitas verdades. Ele encontrou diversos grupos que, tinham certeza de que suas posições eram as verdadeiras. Fariseus, saduceus, zelotes, essênios, romanos, gregos, enfim, cada um defendia sua verdade.

Voltando ao pensamento de Platão, os grupos existentes nos dias de Jesus estavam presos cada um em sua caverna, e tudo que eles tinham como verdade não passava de uma sombra da realidade. Cada um tinha em sua mente a ideia de que apenas a sua opinião era a verdadeira. A exemplo do Mito da Caverna, aquelas pessoas estavam presas, acorrentadas e não sabiam.

Jesus vem justamente para libertar os cativos, abrir a visão dos cegos, dar vida àqueles que estavam mortos e não percebiam isso (Lucas 4:18,19). Jesus veio dar a eles e também a nós a perspectiva real da vida – o grande conflito, e mostrar que existe não apenas o mundo das coisas, do sucesso, do dinheiro, da religiosidade formal. Existe uma vida mais ampla, existe um ideal de vida muito mais nobre e elevado. Existe a possibilidade de conhecer e receber a vida que não tem fim. Mas para isso é necessário sair da caverna.

Cristo revolucionou (e ainda revoluciona) o pensamento sociológico, filosófico e teológico da humanidade. Em um mundo onde o “eu” impera, o grande Mestre convidou os homens a “amar o próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39), dar o outro lado da face (Mt 5:39), não se preocupar com o dia de amanhã (Lc 12:29), e dar importância o que realmente é importante – a vida eterna (Mc 10:15).

Mas como na analogia de Platão, onde os moradores da caverna se revoltaram contra aquele que conseguiu enxergar além das paredes, Jesus também foi criticado, odiado e por fim morto por aqueles que não estavam dispostos a conhecer e reconhecer a realidade. Sua morte obviamente marca a conquista da vitória sobre o pecado, mostra-nos que o mal não irá perdurar. Mas também nos mostra o lado duro do coração humano, mostra que estamos dispostos a qualquer coisa para manter nossas opiniões, gostos, preferências... nossas “verdades”.
Jesus ainda nos convida a sairmos da caverna, nos chama a vivermos a vida em sua plenitude. Estamos diante de uma escolha. Podemos ouvir a versão daquele que conhece o que está do outro lado, fora da caverna, ou então podemos rejeita-lo, mata-lo, e assim declararmos que a nossa posição é a única verdade que existe.

O Salvador deseja nos mostrar o que existe fora da nossa caverna, deseja ampliar nosso campo de visão, mas de forma alguma Ele irá nos obrigar ou coagir. Ele nos diz “eis que estou à porta e bato” (Ap 3:20), mas a escolha e a decisão sempre é nossa.

Quem sabe hoje não é o dia em que você vai pela primeira vez sair da caverna e dar uma chance pra Jesus?

Forte abraço querido amigo!


Pr. Vanius Dias

sábado, 6 de maio de 2017

DEUS SE IMPORTA

“Ai de ti Corazim e Betsaida” Mt 11:20-24

Corazim e Betsaida
Corazim e Betsaida (casa da pesca) foram vilas ao norte da Galileia, 2,4 km de Cafarnaum em uma colina acima da costa norte do Mar da Galileia. No tempo do Talmude, Corazim foi uma cidade judaica famosa pela sua produção de trigo de boa qualidade, já Betsaida era uma comunidade de pescadores, e a Bíblia diz que Pedro, André e Felipe eram naturais dali.
Boa parte do ministério de Jesus foi desenvolvido nessa região. Inúmeros sermões, curas, milagres foram realizados nessa localidade, e seguramente muitas pessoas estavam sabendo ou tinham presenciado alguma ação de Jesus. Por causa disso, Cafarnaum, Corazim e Betsaida constituíam o chamado “triângulo evangélico”.
Contudo nem todos abriram o coração para receber a Jesus. Eram judeus, conheciam as referências bíblicas a respeito do Messias, tinham todas as ferramentas e condições para saber se Cristo preenchia ou não esses requisitos, mas não se interessaram, não quiseram qualquer contato mais intimo com Jesus.
Aquelas pessoas participavam das festas, dos rituais, de todas as celebrações que faziam referência ao Messias, mas quando esse mesmo Messias estava à disposição deles e os convidando para serem seu seguidores, eles preferiram despreza-lo, decidiram atender seus próprios interesses. Não queriam nada com Jesus! Por essa razão Jesus faz uma declaração muito significativa...


O comportamento é o mesmo hoje
Há uma grande ênfase na pregação do Evangelho, e essa ênfase está correta. Precisamos realmente nos envolver no processo de salvação de outras pessoas, principalmente aquelas que estão próximas de nós. O cristão/adventista que não se envolve na missão não serve para ser um verdadeiro adorador, uma vez que somos chamados para adorar e proclamar.
Contudo, existe um problema que muitas vezes escondemos com nossos “programas evangelísticos”, nossas “campanhas missionárias”. Estamos tão ocupados produzindo coisas para que os outros vejam, que estamos esquecendo de cuidar daquilo que só Deus vê em nossa vida. Nos envolvemos na pregação, nos eventos, nas programações da igreja, mas não nos envolvemos, nem nos relacionamos com Deus como deveríamos.
Pense comigo em quantas histórias de transformação, de conversão, você já presenciou? Quantos milagres você testemunhou? Quantas vezes você viu claramente o agir de Deus na vida de alguém ou em alguma situação? Imagino que tenham sido muitas.
Mas existe um fenômeno curioso, algo que acontece na vida daqueles que já conhecem a Deus, aqueles que já “andam” com Jesus. Vemos Deus fazer maravilhas e transformar a vida de outros, e quando chega a nossa vez, preferimos deixar pra depois. Ouvimos frequentemente os apelos feitos a nós, mas tapamos os ouvidos, e embora tenhamos uma religiosidade aparente, estamos longe do ideal de Deus pra nós. E o pior é que sabemos disso.

“Ai de ti”
Ao se dirigir às cidades de Corazim e Betsaida, Jesus pronuncia uma expressão que às vezes não damos muita importância. A palavra “ai” que aparece em nossa Bíblia em português é a tradução do termo grego “οὐαί”. É uma interjeição que expressa tristeza, pesar por alguma situação ou alguma pessoa. O termo geralmente está relacionado à desastre, situação de terror.
Quando lemos sem conhecer a profundidade do termo não conseguimos perceber o que de fato Jesus está dizendo. Mas agora, sob essa ótica um pouco mais ampliada, notamos que Jesus expressa profunda tristeza, grande preocupação, muito pavor quanto ao futuro daquelas cidades.
Ele deixa claro para Corazim e Betsaida que, a situação deles não é melhor do que as impenitentes Tiro e Sidom. Essas duas cidades foram no passado alvo de muitas advertências de Deus. Em Isaias 23 por exemplo Deus adverte duramente a cidade por causa da sua idolatria e arrogância. O rei de Tiro, em Ezequiel 28 é usado como um símbolo do Diabo, tamanha era a maldade e arrogância daquela nação.
Jesus então diz que, será mais fácil converter Tiro e Sidom, cidades pagãs, do que Corazim e Betsaida, cidades que conhecem a Deus, sua palavra e o que ele espera do seu povo.
Vale ressaltar que Jesus não está condenando as cidades. Como falamos acima, a expressão “ai” denota tristeza, portanto, é o clamor de Jesus para que as cidades entendam o perigo que elas estão correndo. As palavras de Jesus nos mostram que, ele quer que as cidades se arrependam, ele deseja que elas sejam salvas.

“Ai de você__________”
Como já vimos, existem hoje muitas pessoas que vivem uma situação muito parecida com a de Corazim e Betsaida. Temos hoje um exercíto de pessoas que conhecem a Deus, conhecem sua palavra, estão envolvidos nas atividades da igreja, mas na realidade não querem compromisso sério com Jesus.
Para essas pessoas Jesus diz, “aí de ti Vanius”, ou quem sabe “ai de ti Marcos”, “ai de ti Jessica”, “aí de ti Fernanda”, “ai de ti Igreja A”, ou ainda, “ai de ti igreja B”.
Existem muitos casos de jovens que vivem uma vida dupla. Usam a máscara do louvor, a máscara da santidade, a máscara da caridade, mas na verdade não assumiram um compromisso sério com Deus. Alguns se apegam ao seu vegetarianismo, outros ao seu ano bíblico, quem sabe o seu padrão de vestuário, para darem alguma importância, valorizarem o seu cristianismo. O problema é que essas coisas só podem impressionar os homens, não podem impressionar a Deus. Vale lembrar que para o SENHOR, nossas obras são trapos de imundícias (roupas sujas de fezes).
Para esse jovem, para esse filho, para esse marido, para essa esposa, Jesus diz “ai de ti”, ou seja “estou preocupado demais com você, por favor mude de vida!” Esse “ai” de Jesus é clamor de Deus dizendo para mim e para você: “Ei filho, eu me importo com você, eu me importo com a vida que você leva, e eu quero salvar você”.

Conclusão
O convite de Jesus para você hoje querido amigo, é que você deixe a vida dupla, saía de cima do muro e tome a decisão ser um cristão além das aparências. Ele quer que você entenda que, será mais fácil salvar alguém que nunca pôs o pé dentro de uma igreja, do que salvar aqueles que estão sempre dentro do templo mas com o coração longe de Deus, apenas preocupados em satisfazer suas necessidades temporais, seus desejos carnais pecaminosos.
Deus quer que entendamos que ele se importa conosco, e que o coração dele está aflito em ver que as vezes estejamos caminhando para a morte, a morte eterna.

Não quer você hoje aceitar o convite de Jesus, sair de onde está e ter um verdadeiro encontro com Ele?

Forte abraço!

Pr. Vanius Dias

Pluralismo Religioso

Andei lendo, vendo, e pensando em algumas coisas. Fiquei tão impressionado e preocupado que resolvi escrever sobre o assunto, espero que d...