quinta-feira, 28 de junho de 2018

Teoria X Prática

Pensando sobre o episódio Alemanha 0 x 2 Coreia:

E aquela história de que a Alemanha tinha um padrão de jogo construído ao longo do tempo? Aquele discurso que dizia que para resolver o problema do futebol brasileiro dentro de campo é necessário seguir o exemplo de seleções como a Alemanha que planejam o seu futebol?

Reconheço que o planejamento e a teoria têm seu valor. Entendo que sem organização e estudo é mais difícil executarmos algumas tarefas. Mas honestamente com a estrutura que existe hoje no futebol brasileiro, por mais zuada que possa parecer, o Brasil tem condições de apresentar um bom futebol, mas pra isso tem que "jogar o jogo".

A teoria pode até ajudar o futebol, mas o jogo se ganha jogando. No dia dos 7 x 1 o Brasil não jogou, e por isso deu no que deu. Agora foi a vez da Alemanha. Não jogou o jogo e aí... bom, você já sabe.

Acho que podemos aqui tirar uma lição importante para a vida: Não fique apenas planejando, pensando, filosofando, teorizando... faça isso, mas na hora de "jogar jogo" entre pra vencer, não faça corpo mole, não procrastine. Assim como no futebol onde "a bola pune", na vida as oportunidades perdidas também podem punir aqueles que pensam que por terem algumas estrelas no peito podem se dar ao luxo de serem displicentes. 

Brasil e Alemanha sabem bem o que isso!

Abraços.

Pr. Vanius H. Dias

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Filosofar é preciso

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” Colossenses 2:8

Quando falamos em filosofia, algumas pessoas imaginam homens excêntricos, solitários, em silêncio, com um olhar perdido como quem olha para o nada. Errado! A verdadeira filosofia envolve debate, discussão, análise e questionamento. Dessa forma, toda vez que eu e você estamos discutindo nossas opiniões, nossas crenças, questionando o comportamento de outras pessoas, ou ainda debatendo sobre determinado assunto, estamos filosofando. Em resumo, se você tem a capacidade de raciocinar, duvidar, questionar, você está apto a ser um filósofo.

Contudo, para que essa filosofia seja autêntica, ela deve estar bem embasada, alicerçada em fundamentos coerentes e até certo ponto experimentáveis. Vivemos em um contexto em que notícias falsas surgem a todo o momento, algumas opiniões beiram o absurdo, então é necessário que tenhamos uma aguçada capacidade de avaliar e filtrar as informações que chegam até nós. É muito comum vermos pessoas defendendo posições ou opiniões sem nenhuma base lógica. Concordam e defendem opiniões que mal sabem explicar. Isso é uma pseudofilosofia.

No texto de hoje Paulo nos alerta para que não sigamos qualquer filosofia. O apóstolo fala de “sutilezas”, coisas que até podem parecer boas e adequadas, mas que na verdade não passam de “modinhas” fundamentadas em uma cultura contaminada pela secularização. Atualmente verdades estabelecidas por Deus têm sido questionadas sem qualquer fundamento racional ou lógico. A justificativa tem sido o desejo do ser humano de fazer as coisas à sua maneira, à margem daquilo que Deus estabeleceu.

Obviamente somos livres para acreditarmos e aceitarmos o que quisermos, mas precisamos tomar cuidado para não defendermos posições, preferências, ideologias, que não se sustentam quando passam por um criterioso exame lógico. Além disso, é importante não estarmos defendo algo ao qual Deus se opõe claramente, algo que Ele rejeita veementemente. Como diz Jeremias 17:9 “enganoso é o coração mais do que todas as coisas”. Por isso o mais seguro é, não seguir as filosofias que têm origem no coração humano, mas sim andar pelo que diz a palavra do SENHOR!

Ótima semana pra você e sua família!

Pr. Vanius H. Dias

segunda-feira, 18 de junho de 2018

COISAS OU PESSOAS

"Não esmagará o galho que está quebrado, nem apagará a luz que está fraca" Mateus 12:20

Vivemos em uma cultura que valoriza a novidade. Estamos sempre em busca de algo novo, alguma coisa que seja diferente e claro, melhor. A indústria automobilística por exemplo, lança carros todo ano, e faz com que os modelos anteriores pareçam velhos, desgastados, sem brilho. Nem todos podemos trocar de carro todo ano, mas certamente se o pudéssemos, faríamos. E não é porque o carro está velho ou muito rodado, seria simplesmente pelo apego ao novo, pelo desejo da novidade, até quem sabe por causa da vontade de ostentar. O mesmo acontece com celulares, roupas, relógios, etc. Estamos vivenciando uma geração que trata quase tudo como descartável.

Mas pior do que tratar as coisas como descartáveis, é tratarmos as pessoas dessa forma. Infelizmente esse comportamento está presente em nosso dia a dia, basta olharmos para quantas casas de repouso estão lotadas de avós, pais e mães que foram considerados inúteis, desgastados, fardo e tantos outros adjetivos negativos. Não estou me referindo aos casos em que o idoso precisa de cuidados especiais, em que a família não tem condições de fornecer tais cuidados. Aqui, a menção é aos inúmeros casos de abandono, simplesmente porque não queremos mais a “coisa velha” por perto. 

Olhe também os casamentos. O tempo passa, as rugas aparecem, os quilos a mais chegam, cabelos brancos e outras marcas do tempo de mostram, e aí alguém diz “eu não te amo mais”. Será que algum dia amou mesmo? Ou será que não é resultado de um olhar moldado pela cultura das coisas descartáveis.

Fato é queridos que não podemos tratar as pessoas como coisas. No texto de hoje Jesus diz para não esmagarmos o galho quebrado, ou seja, não tornarmos mais difícil ainda a vinda de quem já sofre naturalmente com as marcas do tempo, da dor, das preocupações e tantos outros males que batem à porta da humanidade. 

Como você trata as pessoas em seus relacionamentos, sejam eles profissionais ou pessoais? Para você as pessoas são descartáveis? Cuidado para não estarmos esmagando quem já está despedaçado, e apagando a luz de quem não consegue mais brilhar. Seria muito importante, no dia hoje pensarmos bastante sobre isso.

Baseado em "Siga o Mestre" Inspiração Juvenil 2017


segunda-feira, 4 de junho de 2018

A Lei e os Profetas


Essas orientações foram escritas em resposta à um internauta que questionou o uso e significado dos termos "lei e profetas". Obviamente o assunto não será esgotado, mas podemos ter um vislumbre de como entender esses termos dentro da Bíblia Sagrada.

1) A Biblia Sagrada é um livro antigo, e portanto foi escrito dentro de um contexto específico, em épocas específicas, por pessoas diferentes, das mais variadas classes. Dessa forma, ao fazermos uma leitura do texto bíblico não podemos nos esquecer do distanciamento que existe entre nós e o escritor original. Caso isso não seja levado em conta as interpretações podem ser equivocadas.

2) Existem termos técnicos ou mesmo idiomatismos que devem ser considerados no momento de fazermos uma exegese adequada do texto sagrado. Por exemplo, temos que saber o que significava para os leitores primários da bíblia a palavra "gentio" ou “incircunciso”, caso contrário poderemos cometer equívocos na interpretação do texto.

3) No caso específico dos termos "Lei" e "Profetas", nada mais são do que uma referência ao Antigo Testamento (veja Mt 7:12; 11:13; Lc 16:16; 24:44; Jo 1:45 entre outros) . O judaísmo divide o AT em 3 partes: Torah (Lei), Neviim (Profetas), Kethuviim (Escritos). Essas três divisões pode aparecer com algumas variações como, “Lei e profetas”, “Escritos”, “Profetas” ou ainda “Escrituras”. Em outras palavras, todos esses termos são usados de forma cambiável para se referirem ao conjunto de livros do AT.

4) Quando Jesus diz que não veio abolir a “Lei ou os profetas”, ele está afirmando que não veio mudar a mensagem do AT. Jesus não parece estar preocupado em expor as minúcias do AT, sua ênfase é na mensagem que foi deixada por Deus através de Moises e os demais escritores, a saber, a salvação por meio de Cristo.

5) Quando Paulo por exemplo faz uso da palavra “Lei”, ele pode tanto estar se referindo a tudo que foi escrito por Moisés, ou pode estar falando de porções especificas. Ao afirmar que a “Lei é santa e o mandamento santo justo e bom” (Rm 7:12) por exemplo, temos uma referencia clara aos dez mandamentos, uma vez que no verso 7 ele cita “não cobiçaras”. Sendo assim, é necessário entender o contexto e a linguagem empregada em cada texto para sabermos exatamente do que estamos falando. Aproveito para citar o que diz F.F. Bruce (não é adventista) em seu comentário sobre o texto de Romanos 7, ao refletir sobre o pensamento de Paulo: "A obrigação de guardar a lei envolvia antes de tudo a obrigação de saber e obedecer aos Dez Mandamentos. Ê matéria de conhecimento geral que as proibições tendem a despertar o desejo de fazer aquilo que é proibido" .(Romanos - Introdução e Comentário. Ed. Vida Nova. Pg. 72)

6) Quando encontramos expressões “lei”, ou “lei abolida” precisamos identificar de qual lei estamos falando. O raciocínio é simples: se admitirmos que quando o texto sagrado diz que as leis ou ordenanças foram abolidas não é necessário entender de qual lei estamos tratando, então vamos ter que concordar em abolir a idolatria, o adultério, a mentira, etc, e não somente o sábado. Esse é um pensamento perigoso pois pode nos desviar da obediência à vontade de Deus.

7) Devemos lembrar ainda que a bíblia apresenta varias leis, e em muitas passagens essas leis estão dividas como que por categorias (veja Lv 11; 17:1-9; 19; 21; 22; 25:35-38; 27:30-34 e muitos outros). Isso mostra que existiam claramente uma diferenciação daquilo que tinha caráter irrevogável daquilo que poderia ser adaptado. Além disso temos ainda os textos no NT testamento que deixam claro que a lei abolida se refere aos rituais de sacrifício que apontavam para a obra salvífica de Jesus (Hb 7:11-18; 9:11-14).

8) O termo “Lei” é amplo, e deve ser compreendido dentro de seu devido contexto para que não venhamos colocar nossa opinião acima da Palavra de Deus. Quando lemos o NT não encontramos qualquer evidência de que os Dez Mandamentos foram mudados, cancelados, anulados ou abolidos.

Por fim, destaco duas falas importantes a respeito do assunto. A primeira foi dita por João: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1Jo 2:4). O outro texto foi mencionado pelo próprio Cristo: “Se me amais guardareis os meus mandamentos.” (Joao 14:15). Prefiro andar segundo a orientação bíblica, e tentar fazer o meu melhor em retribuição ao Deus que me amou primeiro.

Sem mais,

Vanius Henrique Dias
Bacharel em Teologia

Pluralismo Religioso

Andei lendo, vendo, e pensando em algumas coisas. Fiquei tão impressionado e preocupado que resolvi escrever sobre o assunto, espero que d...