sexta-feira, 12 de maio de 2017

JESUS E A CAVERNA

O mito da caverna ensinado por Platão, tem sido estudado ao longo dos anos e é visto por muitos como um modelo de como a sociedade de forma geral reage ao novo. Geralmente pessoas que têm a mente fechada ou estão presas em seus paradigmas são chamadas para “sair da caverna”. Essa caverna pode ser uma crença, um estilo de vestir, uma visão de mundo diferente das demais. É importante destacar que, ela ser diferente não é o problema, afinal, todos podemos diferir em nossas opiniões.

A questão em voga aqui é se a “minha verdade” é de fato a única, ou pior ainda, se ela é realmente uma verdade. Obviamente não queremos aqui dizer que não existam verdades absolutas, mas sim refletirmos se realmente conhecemos a verdade tal como ela é.

O personagem central da Bíblia Sagrada – Jesus, chega ao mundo também em uma época de muitos paradigmas, de muitas verdades. Ele encontrou diversos grupos que, tinham certeza de que suas posições eram as verdadeiras. Fariseus, saduceus, zelotes, essênios, romanos, gregos, enfim, cada um defendia sua verdade.

Voltando ao pensamento de Platão, os grupos existentes nos dias de Jesus estavam presos cada um em sua caverna, e tudo que eles tinham como verdade não passava de uma sombra da realidade. Cada um tinha em sua mente a ideia de que apenas a sua opinião era a verdadeira. A exemplo do Mito da Caverna, aquelas pessoas estavam presas, acorrentadas e não sabiam.

Jesus vem justamente para libertar os cativos, abrir a visão dos cegos, dar vida àqueles que estavam mortos e não percebiam isso (Lucas 4:18,19). Jesus veio dar a eles e também a nós a perspectiva real da vida – o grande conflito, e mostrar que existe não apenas o mundo das coisas, do sucesso, do dinheiro, da religiosidade formal. Existe uma vida mais ampla, existe um ideal de vida muito mais nobre e elevado. Existe a possibilidade de conhecer e receber a vida que não tem fim. Mas para isso é necessário sair da caverna.

Cristo revolucionou (e ainda revoluciona) o pensamento sociológico, filosófico e teológico da humanidade. Em um mundo onde o “eu” impera, o grande Mestre convidou os homens a “amar o próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39), dar o outro lado da face (Mt 5:39), não se preocupar com o dia de amanhã (Lc 12:29), e dar importância o que realmente é importante – a vida eterna (Mc 10:15).

Mas como na analogia de Platão, onde os moradores da caverna se revoltaram contra aquele que conseguiu enxergar além das paredes, Jesus também foi criticado, odiado e por fim morto por aqueles que não estavam dispostos a conhecer e reconhecer a realidade. Sua morte obviamente marca a conquista da vitória sobre o pecado, mostra-nos que o mal não irá perdurar. Mas também nos mostra o lado duro do coração humano, mostra que estamos dispostos a qualquer coisa para manter nossas opiniões, gostos, preferências... nossas “verdades”.
Jesus ainda nos convida a sairmos da caverna, nos chama a vivermos a vida em sua plenitude. Estamos diante de uma escolha. Podemos ouvir a versão daquele que conhece o que está do outro lado, fora da caverna, ou então podemos rejeita-lo, mata-lo, e assim declararmos que a nossa posição é a única verdade que existe.

O Salvador deseja nos mostrar o que existe fora da nossa caverna, deseja ampliar nosso campo de visão, mas de forma alguma Ele irá nos obrigar ou coagir. Ele nos diz “eis que estou à porta e bato” (Ap 3:20), mas a escolha e a decisão sempre é nossa.

Quem sabe hoje não é o dia em que você vai pela primeira vez sair da caverna e dar uma chance pra Jesus?

Forte abraço querido amigo!


Pr. Vanius Dias

sábado, 6 de maio de 2017

DEUS SE IMPORTA

“Ai de ti Corazim e Betsaida” Mt 11:20-24

Corazim e Betsaida
Corazim e Betsaida (casa da pesca) foram vilas ao norte da Galileia, 2,4 km de Cafarnaum em uma colina acima da costa norte do Mar da Galileia. No tempo do Talmude, Corazim foi uma cidade judaica famosa pela sua produção de trigo de boa qualidade, já Betsaida era uma comunidade de pescadores, e a Bíblia diz que Pedro, André e Felipe eram naturais dali.
Boa parte do ministério de Jesus foi desenvolvido nessa região. Inúmeros sermões, curas, milagres foram realizados nessa localidade, e seguramente muitas pessoas estavam sabendo ou tinham presenciado alguma ação de Jesus. Por causa disso, Cafarnaum, Corazim e Betsaida constituíam o chamado “triângulo evangélico”.
Contudo nem todos abriram o coração para receber a Jesus. Eram judeus, conheciam as referências bíblicas a respeito do Messias, tinham todas as ferramentas e condições para saber se Cristo preenchia ou não esses requisitos, mas não se interessaram, não quiseram qualquer contato mais intimo com Jesus.
Aquelas pessoas participavam das festas, dos rituais, de todas as celebrações que faziam referência ao Messias, mas quando esse mesmo Messias estava à disposição deles e os convidando para serem seu seguidores, eles preferiram despreza-lo, decidiram atender seus próprios interesses. Não queriam nada com Jesus! Por essa razão Jesus faz uma declaração muito significativa...


O comportamento é o mesmo hoje
Há uma grande ênfase na pregação do Evangelho, e essa ênfase está correta. Precisamos realmente nos envolver no processo de salvação de outras pessoas, principalmente aquelas que estão próximas de nós. O cristão/adventista que não se envolve na missão não serve para ser um verdadeiro adorador, uma vez que somos chamados para adorar e proclamar.
Contudo, existe um problema que muitas vezes escondemos com nossos “programas evangelísticos”, nossas “campanhas missionárias”. Estamos tão ocupados produzindo coisas para que os outros vejam, que estamos esquecendo de cuidar daquilo que só Deus vê em nossa vida. Nos envolvemos na pregação, nos eventos, nas programações da igreja, mas não nos envolvemos, nem nos relacionamos com Deus como deveríamos.
Pense comigo em quantas histórias de transformação, de conversão, você já presenciou? Quantos milagres você testemunhou? Quantas vezes você viu claramente o agir de Deus na vida de alguém ou em alguma situação? Imagino que tenham sido muitas.
Mas existe um fenômeno curioso, algo que acontece na vida daqueles que já conhecem a Deus, aqueles que já “andam” com Jesus. Vemos Deus fazer maravilhas e transformar a vida de outros, e quando chega a nossa vez, preferimos deixar pra depois. Ouvimos frequentemente os apelos feitos a nós, mas tapamos os ouvidos, e embora tenhamos uma religiosidade aparente, estamos longe do ideal de Deus pra nós. E o pior é que sabemos disso.

“Ai de ti”
Ao se dirigir às cidades de Corazim e Betsaida, Jesus pronuncia uma expressão que às vezes não damos muita importância. A palavra “ai” que aparece em nossa Bíblia em português é a tradução do termo grego “οὐαί”. É uma interjeição que expressa tristeza, pesar por alguma situação ou alguma pessoa. O termo geralmente está relacionado à desastre, situação de terror.
Quando lemos sem conhecer a profundidade do termo não conseguimos perceber o que de fato Jesus está dizendo. Mas agora, sob essa ótica um pouco mais ampliada, notamos que Jesus expressa profunda tristeza, grande preocupação, muito pavor quanto ao futuro daquelas cidades.
Ele deixa claro para Corazim e Betsaida que, a situação deles não é melhor do que as impenitentes Tiro e Sidom. Essas duas cidades foram no passado alvo de muitas advertências de Deus. Em Isaias 23 por exemplo Deus adverte duramente a cidade por causa da sua idolatria e arrogância. O rei de Tiro, em Ezequiel 28 é usado como um símbolo do Diabo, tamanha era a maldade e arrogância daquela nação.
Jesus então diz que, será mais fácil converter Tiro e Sidom, cidades pagãs, do que Corazim e Betsaida, cidades que conhecem a Deus, sua palavra e o que ele espera do seu povo.
Vale ressaltar que Jesus não está condenando as cidades. Como falamos acima, a expressão “ai” denota tristeza, portanto, é o clamor de Jesus para que as cidades entendam o perigo que elas estão correndo. As palavras de Jesus nos mostram que, ele quer que as cidades se arrependam, ele deseja que elas sejam salvas.

“Ai de você__________”
Como já vimos, existem hoje muitas pessoas que vivem uma situação muito parecida com a de Corazim e Betsaida. Temos hoje um exercíto de pessoas que conhecem a Deus, conhecem sua palavra, estão envolvidos nas atividades da igreja, mas na realidade não querem compromisso sério com Jesus.
Para essas pessoas Jesus diz, “aí de ti Vanius”, ou quem sabe “ai de ti Marcos”, “ai de ti Jessica”, “aí de ti Fernanda”, “ai de ti Igreja A”, ou ainda, “ai de ti igreja B”.
Existem muitos casos de jovens que vivem uma vida dupla. Usam a máscara do louvor, a máscara da santidade, a máscara da caridade, mas na verdade não assumiram um compromisso sério com Deus. Alguns se apegam ao seu vegetarianismo, outros ao seu ano bíblico, quem sabe o seu padrão de vestuário, para darem alguma importância, valorizarem o seu cristianismo. O problema é que essas coisas só podem impressionar os homens, não podem impressionar a Deus. Vale lembrar que para o SENHOR, nossas obras são trapos de imundícias (roupas sujas de fezes).
Para esse jovem, para esse filho, para esse marido, para essa esposa, Jesus diz “ai de ti”, ou seja “estou preocupado demais com você, por favor mude de vida!” Esse “ai” de Jesus é clamor de Deus dizendo para mim e para você: “Ei filho, eu me importo com você, eu me importo com a vida que você leva, e eu quero salvar você”.

Conclusão
O convite de Jesus para você hoje querido amigo, é que você deixe a vida dupla, saía de cima do muro e tome a decisão ser um cristão além das aparências. Ele quer que você entenda que, será mais fácil salvar alguém que nunca pôs o pé dentro de uma igreja, do que salvar aqueles que estão sempre dentro do templo mas com o coração longe de Deus, apenas preocupados em satisfazer suas necessidades temporais, seus desejos carnais pecaminosos.
Deus quer que entendamos que ele se importa conosco, e que o coração dele está aflito em ver que as vezes estejamos caminhando para a morte, a morte eterna.

Não quer você hoje aceitar o convite de Jesus, sair de onde está e ter um verdadeiro encontro com Ele?

Forte abraço!

Pr. Vanius Dias

Pluralismo Religioso

Andei lendo, vendo, e pensando em algumas coisas. Fiquei tão impressionado e preocupado que resolvi escrever sobre o assunto, espero que d...