Corazim e Betsaida
Corazim e Betsaida (casa da
pesca) foram vilas ao norte da Galileia, 2,4 km de Cafarnaum em uma colina
acima da costa norte do Mar da Galileia. No tempo do Talmude, Corazim foi uma
cidade judaica famosa pela sua produção de trigo de boa qualidade, já Betsaida
era uma comunidade de pescadores, e a Bíblia diz que Pedro, André e Felipe eram
naturais dali.
Boa parte do ministério de Jesus
foi desenvolvido nessa região. Inúmeros sermões, curas, milagres foram realizados nessa localidade, e seguramente muitas pessoas estavam sabendo ou
tinham presenciado alguma ação de Jesus. Por causa disso, Cafarnaum, Corazim e
Betsaida constituíam o chamado “triângulo evangélico”.
Contudo nem todos abriram o
coração para receber a Jesus. Eram judeus, conheciam as referências bíblicas a
respeito do Messias, tinham todas as ferramentas e condições para saber se
Cristo preenchia ou não esses requisitos, mas não se interessaram, não quiseram
qualquer contato mais intimo com Jesus.
Aquelas pessoas participavam das
festas, dos rituais, de todas as celebrações que faziam referência ao Messias,
mas quando esse mesmo Messias estava à disposição deles e os convidando para
serem seu seguidores, eles preferiram despreza-lo, decidiram atender seus
próprios interesses. Não queriam nada com Jesus! Por essa razão Jesus faz uma
declaração muito significativa...
O comportamento é o mesmo hoje
Há uma grande ênfase na pregação
do Evangelho, e essa ênfase está correta. Precisamos realmente nos envolver no
processo de salvação de outras pessoas, principalmente aquelas que estão próximas
de nós. O cristão/adventista que não se envolve na missão não serve para ser um
verdadeiro adorador, uma vez que somos chamados para adorar e proclamar.
Contudo, existe um problema que
muitas vezes escondemos com nossos “programas evangelísticos”, nossas “campanhas
missionárias”. Estamos tão ocupados produzindo coisas para que os outros vejam,
que estamos esquecendo de cuidar daquilo que só Deus vê em nossa vida. Nos
envolvemos na pregação, nos eventos, nas programações da igreja, mas não nos
envolvemos, nem nos relacionamos com Deus como deveríamos.
Pense comigo em quantas histórias
de transformação, de conversão, você já presenciou? Quantos milagres você
testemunhou? Quantas vezes você viu claramente o agir de Deus na vida de alguém
ou em alguma situação? Imagino que tenham sido muitas.
Mas existe um fenômeno curioso,
algo que acontece na vida daqueles que já conhecem a Deus, aqueles que já “andam”
com Jesus. Vemos Deus fazer maravilhas e transformar a vida de outros, e quando
chega a nossa vez, preferimos deixar pra depois. Ouvimos frequentemente os
apelos feitos a nós, mas tapamos os ouvidos, e embora tenhamos uma
religiosidade aparente, estamos longe do ideal de Deus pra nós. E o pior é que sabemos
disso.
“Ai de ti”
Ao se dirigir às cidades de Corazim
e Betsaida, Jesus pronuncia uma expressão que às vezes não damos muita importância.
A palavra “ai” que aparece em nossa Bíblia em português é a tradução do termo grego “οὐαί”. É uma interjeição que expressa
tristeza, pesar por alguma situação ou alguma pessoa. O termo geralmente está
relacionado à desastre, situação de terror.
Quando lemos sem conhecer a profundidade do termo não conseguimos
perceber o que de fato Jesus está dizendo. Mas agora, sob essa ótica um pouco mais ampliada,
notamos que Jesus expressa profunda tristeza, grande preocupação, muito pavor
quanto ao futuro daquelas cidades.
Ele deixa claro para Corazim e Betsaida que, a situação
deles não é melhor do que as impenitentes Tiro e Sidom. Essas duas cidades
foram no passado alvo de muitas advertências de Deus. Em Isaias 23 por exemplo
Deus adverte duramente a cidade por causa da sua idolatria e arrogância. O rei
de Tiro, em Ezequiel 28 é usado como um símbolo do Diabo, tamanha era a maldade
e arrogância daquela nação.
Jesus então diz que, será mais fácil converter Tiro e
Sidom, cidades pagãs, do que Corazim e Betsaida, cidades que conhecem a Deus,
sua palavra e o que ele espera do seu povo.
Vale ressaltar que Jesus não está
condenando as cidades. Como falamos acima, a expressão “ai” denota tristeza, portanto, é o clamor de Jesus para que as cidades entendam o perigo que elas estão correndo. As
palavras de Jesus nos mostram que, ele quer que as cidades se arrependam, ele
deseja que elas sejam salvas.
“Ai de você__________”
Como já vimos, existem hoje
muitas pessoas que vivem uma situação muito parecida com a de Corazim e
Betsaida. Temos hoje um exercíto de pessoas que conhecem a Deus, conhecem sua
palavra, estão envolvidos nas atividades da igreja, mas na realidade não querem compromisso sério com Jesus.
Para essas pessoas Jesus diz, “aí
de ti Vanius”, ou quem sabe “ai de ti Marcos”, “ai de ti Jessica”, “aí de ti
Fernanda”, “ai de ti Igreja A”, ou ainda, “ai de ti igreja B”.
Existem muitos casos de jovens
que vivem uma vida dupla. Usam a máscara do louvor, a máscara da santidade, a máscara
da caridade, mas na verdade não assumiram um compromisso sério com Deus. Alguns
se apegam ao seu vegetarianismo, outros ao seu ano bíblico, quem sabe o seu padrão de vestuário, para darem alguma
importância, valorizarem o seu cristianismo. O problema é que essas coisas só podem
impressionar os homens, não podem impressionar a Deus. Vale lembrar que para o SENHOR,
nossas obras são trapos de imundícias (roupas sujas de fezes).
Para esse jovem, para esse filho,
para esse marido, para essa esposa, Jesus diz “ai de ti”, ou seja “estou
preocupado demais com você, por favor mude de vida!” Esse “ai” de Jesus é
clamor de Deus dizendo para mim e para você: “Ei filho, eu me importo com você,
eu me importo com a vida que você leva, e eu quero salvar você”.
Conclusão
O convite de Jesus para você hoje
querido amigo, é que você deixe a vida dupla, saía de cima do muro e tome a
decisão ser um cristão além das aparências. Ele quer que você entenda que, será
mais fácil salvar alguém que nunca pôs o pé dentro de uma igreja, do que salvar
aqueles que estão sempre dentro do templo mas com o coração longe de Deus,
apenas preocupados em satisfazer suas necessidades temporais, seus desejos
carnais pecaminosos.
Deus quer que entendamos que
ele se importa conosco, e que o coração dele está aflito em ver que as vezes estejamos caminhando para a morte, a morte eterna.
Não quer você hoje aceitar o convite
de Jesus, sair de onde está e ter um verdadeiro encontro com Ele?
Forte abraço!
Pr. Vanius Dias
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