quarta-feira, 23 de maio de 2018

Predestinação - não é tão simples assim

Pensarmos em um decreto pré-temporal, para eleger alguns e condenar outros incondicionalmente não é de fato uma eleição “em Cristo”. E porque não? Porque nesse contexto Cristo é dado posteriormente à eleição, ou seja, primeiro escolhe que vai se salvar para depois Jesus morrer por essas pessoas. Então a eleição não foi feita primariamente "em Cristo". Embora “em Cristo” às vezes seja introduzido nessa teoria de eleição, é somente como um método de efetivar a decisão divina. Por detrás desse “em Cristo” há ainda a etapa mais profunda de eleição e condenação. O ato de eleição em si é fora de Jesus Cristo. A eleição incondicional talvez fizesse mais sentido se ela fosse feita depois da morte de expiatória de Cristo (e olhe lá). Essa é uma questão que a ala reformada da igreja ainda não conseguiu solucionar. Inclusive é o que diz James Daane em seu livro "The Freedom of God".

O outra questão é que na ótica da eleição incondicional Deus é o autor e causador do mau. Ainda que alguns calvinistas neguem que Deus seja o autor do pecado, fica muito dificil dfender essa posição, ainda mais quando lemos eruditos reformados como Peter Y. de Jong dizer que “Deus claramente pré-ordena o mal”. (Crisis in the Reformed Churches) A biblia diz que o mal nasceu no coração do diabo enqto ele era perfeito e ainda habitava no céu. Seguindo o pensamento de Jong, foi Deus quem plantou essa semente maligna no coração de lùcifer. Logo podemos ver um Deus que é pior do que o diabo, uma vez que esse Deus é quem o estabeleceu como portador do mal. Observe, o texto de Ez 28:15 diz que Lúcifer era "perfeito em seus caminhos". Então Deus destruiu essa perfeição, e isso o torna o vilão causador do mal.

Importante que esse dois pontos de reflexão que estou colocando, são propostos pelos próprios reformados, não se trata de um argumento de oponente, mas sim de uma questão de ordem lógica que os próprios calvinistas nao conseguiram ainda responder.

E mais uma coisa. Fique claro que não acho que Calvino tenha sido um teólogo inexpressivo, ou não fosse um cristão genuíno. Calvino, Lutero, Huss, Arminio,  Aquino, Agostinho, e tantos outros cometeram erros e acertos.A questão pra mim é encontrarmos teologica e logicamente um ponto de equilibrio das declarações desses grandes homens de Deus

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Extraído e adaptado de https://setimodia.wordpress.com/2008/11/25/10-principais-dificuldades-do-sistema-teologico-calvinista/ 

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