Não há como negar que pregar o evangelho envolve aliviar as dores daqueles que sofrem. Em Tiago 1:27 lemos claramente que a religião relevante é aquela que se preocupa com as necessidades do próximo. Se você se diz cristão mas não se importa com o sofrimento alheio, sinto muito mas você não é cristão.
Contudo, uma coisa deve ficar muito clara. Embora a pregação do evangelho envolva o cuidado com as necessidades das pessoas, a mensagem do evangelho não é essa. E antes que você fique bravo comigo me deixe explicar. Atender a necessidade as pessoas pode ser visto como uma ferramenta que vai nos ajudar a acessar o coração das delas. Obviamente será difícil alguém que está com fome me ouvir falar sobre a salvação em Cristo se sua necessidade física não for saciada. Por outro lado, o pregador não pode esquecer que o conteúdo ou o objetivo da pregação não é a luta contra a fome, ou a erradicação da pobreza, a luta de classes. A pregação do evangelho é informar ao mundo quem é Jesus, o que ele fez na cruz, o que ele faz agora por cada um de nós, e também o que fará em breve quando voltar a esse mundo para resgatar os seus filhos.
Existe um ala cristã que defende o chamado “Evangelho Social”. Esse pensamento defende em resumo que o cristianismo existe para acabar com a pobreza, a injustiça, a desigualdade que há no mundo. Segundo T. A. McMahon, esse movimento teve inicio por volta do ano 1800, e tinha como fator motivador a busca por minimizar o sofrimento das pessoas, e assim atraí-las para o evangelho. Outro pensamento era que os cristãos deveriam lutar pelas minorias como mulheres, negros e crianças. A verdade é que os que acreditavam no evangelho social se empenhavam (e ainda se empenham) em tornar o mundo um lugar melhor, com a justificativa de prepara-lo para o vindouro reino de Deus.
Isso pode até parecer bonito, e no contexto atual até soa politicamente correto, contudo devemos entender que se quisermos que o evangelho simplesmente torne o mundo um lugar melhor e mais justo, então pra que desejar a pátria superior? Qual a necessidade de esperar a volta de Jesus se o mundo será um lugar melhor? Logo vale refletir que o foco do evangelho é o reino de Deus, e esse reino não é desse mundo.
Em Apocalipse 14:6 e 7 lemos:
“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Vamos entender o texto (resumo)
Símbolo
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Interpretação
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Anjo
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Mensageiro,
pregadores, eu e você
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Voando
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Velocidade, urgência
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Evangelho eterno
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Mensagem de
salvação pregada desde o Edem
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Nação, tribo, língua,
povo
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O mundo inteiro
sem distinção
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Temei a Deus e lhe
glória
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Amor a Deus, zelo
profundo, louva-lo por quem ele é
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Hora do juízo
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Momento em que todos
deveremos prestar contas com o Eterno
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Adorai aquele que
fez
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Ele é o criador e essa
é a motivação para adorá-lo
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Dessa forma quando refletimos sobre a pregação do evangelho devemos
compreender pelo menos cinco pontos:
1)Temos
a responsabilidade de anunciar o evangelho de forma urgente;
2) O
evangelho não é uma novidade, ele existe desde a eternidade (Ap 13:8);
3) O
mundo inteiro deve ser o alvo dessa mensagem, não está restrito à uma classe
social específica;
4) Deus
é o centro dessa pregação, não o ser humano;
5) A
verdadeira adoração é fruto da correta compreensão do evangelho eterno;
O que eu gostaria que você entendesse é que embora tenhamos a
responsabilidade de cuidar dos necessitados, de assistir aqueles que são
abandonamos à margem da sociedade, devemos mais ainda mostrar a essas pessoas
que a solução para os problemas que eles enfrentam não está aqui neste mundo.
O evangelho nos conduz a algo muito maior, a eternidade preparada para aqueles
que se entregam a Jesus.
O discurso de que, o que Deus espera de nós é o amor ao
próximo e ponto final, não condiz com o verdadeiro evangelho. Se amarmos de
fato o próximo vamos sim nos preocupar com suas necessidades básicas aqui nesta
terra, mas muito mais vamos nos preocupar com a salvação desse indivíduo. Vamos
denunciar o pecado, sem a necessidade de massacrar o pecador, vamos dizer que
existe um juízo eminente, e que para sermos aprovados diante de Deus devemos
nos entregar a ele aceitando o sacrifício de Jesus, e em consequência disso
buscar a mudança de vida exigida daqueles que desejam ser imitadores de Cristo
(1Co 11:1).
Deus tem muito mais pra nós do que igualdade social, empregos
ou direitos trabalhistas. Maranata!
Muito bom. Parabéns
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