Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: “Veja
que já estás curado; não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior.”
João 5:14
No oficio pastoral nos deparamos com situações variadas. As
pessoas – o rebanho, procuram o pastor por diversos motivos. Problemas
financeiros, dificuldades no casamento, problemas com os filhos, depressão,
ansiedade, e muitos outros temas tomam conta das nossas conversas. Como pastor,
nosso papel não é julgar, mas tentar ajudar mostrando possibilidades de solução
baseadas na Palavra e vontade de Deus. Por vezes algumas situações são
demasiadamente complexas, e honestamente não temos respostas para muitas dessas
situações. Nesse momento nosso diálogo às vezes consiste em chorar junto com a “ovelha”,
abraça-la, e tentar falar através dos gestos, dos atos de amor.
Mas tem o outro lado dessa moeda. Como eu disse acima nosso
papel não é julgar, não podemos condenar as pessoas por suas “más ações”,
contudo não podemos deixar também de falar a verdade, não podemos nos omitir.
Dessa maneira, em algumas situações também será preciso repreender, corrigir,
disciplinar a “ovelha” para que ela não se perca.
Em João 5:1-18 existe uma um relato de um paralitico que foi
curado por Jesus. Esse episódio apresenta uma situação interessante, pois após
curar o homem, diz o verso 14, Jesus se reencontrou com ele disse “olha que já
estás curado; não peques mais para que não lhe aconteça coisa pior”. A
declaração de Jesus mostra que em alguma medida, a situação que aquele homem
vivia era consequência de seu pecado, de suas escolhas equivocadas. E mais
ainda, Jesus deixa claro para o ex-paralítico que ele terá que mudar seu
procedimento. Terá que mudar sua vida para que continue a gozar dos benefícios
que a benção do SENHOR lhe trará.
Pensando sobre isso, lembrei-me de quantas vezes recebo
pessoas em lágrimas, clamando por socorro, desesperadas por ajuda. Pessoas que
realmente precisam de apoio, mas mais do que isso precisam da ação de Deus, da
intervenção divina. Nesse momento, nós pastores oramos, pedimos a Deus que seja
misericordioso e bondoso com aquela pessoa. Em muitos casos Deus atende essa
oração, Deus se compadece do pedido daquela pessoa e concede a benção desejada.
Mas o que acontece depois?
Vejo com frequência pessoas que ao conseguirem o emprego que
tanto precisavam para suprirem suas necessidades, ao receberem a cura da doença
que lhes afligia, também ao verem o cônjuge ou filhos abandonarem os vícios,
esquecem-se de Deus. Não se voltam a Deus para agradecerem, nem sequer retornam
àquela mesma igreja ou escritório onde nos encontramos anteriormente. Não se
dão ao trabalho nem mesmo de orarem a Deus agradecendo as bênçãos alcançadas.
Em muitos casos, os agora abençoados, vão “curtir” o novo
salário, vão passar tempo com o filho que estivera longe. E não que isso seja
errado, mas é preciso lembrar que todo sucesso, cura e demais bênçãos que
recebemos devem nos aproximar mais de Deus. Aqui é exatamente o ponto em que as
palavras de Jesus ao paralítico devem fazer sentido para nós: “não peques mais
para que não aconteça coisa pior”. “Não peques” esquecendo-se de quem é Deus e
o que Ele tem feito na sua vida. “Não peques” deixando de agradecer a Deus por
ouvido você. “Não peques” deixando de ser fiel a Deus na mordomia do seu tempo,
dos seus recursos, seus talentos e seu corpo.
Sejamos gratos a Deus pelos favores que ele tem nos
concedido, e nos esforcemos para vivermos à altura das bênçãos que o SENHOR tem
nos dado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário