terça-feira, 5 de março de 2019

Não Temas, Sou Eu


Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. (Mateus 14:27)

INTRODUÇÃO
(Veja o Desejado de Todas as Nações, 261-264)
O referido texto é precedido da multiplicação dos pães e peixes. Jesus dera ali provas de seu poder, autoridade e identidade, mas tanto os discípulos como a audiência não entenderam plenamente o que estava acontecendo.
Queriam que Jesus fosse coroado naquele dia, pois assim a opressão do império romano bem como a humilhação de serem subordinados aos pagãos seriam lançados por terra. Pretendiam coroar a Cristo pois imaginavam que necessitavam de livramento terrestre. Não reconheciam ou não entendiam que na verdade precisavam de salvamento divino. Jesus viera para inaugurar o Reino Eterno, que não será jamais destruído.
Cristo era mais que libertador, um juiz ou um rei. Ele era o próprio Deus vindo resgate de seu povo. Deus estava entre os homens para dar a paz e tranquilidade que tiveram origem nos tempos eternos.
1. O MEDO NOS IMPEDE DE VER A REALIDADE
Por medo do império romano o povo não percebeu que o livramento oferecido por Deus era muito maior do que aquele que eles esperavam; o medo nos cega e nos faz agir imprudentemente. O medo nos faz correr atrás daquilo que é paliativo. Por mais que viesse um rei como Davi ou Salomão para resgatar e reinar sobre o povo de Israel, nenhum deles daria à nação o descanso eterno prometido por Deus. A realidade do cativeiro não estava no fato de Roma dominar naqueles dias, mas sim na condição pecaminosa que condena a humanidade à morte eterna.

2. O MEDO NOS FAZ LUTAR DESORDENADAMENTE (25)
Os discípulos entraram no barco rumo à Cafarnaum. Quando a tempestade chegou os discípulos ficaram tão assustados que começaram desprender esforços inúteis. Não conseguiam agir com lógica e organização, tudo que faziam gerava mais tumulto e mais confusão. O medo ofusca nossa mente de modo que não conseguimos agir de forma adequada, e muitas vezes nossos esforços não dão em nada. Por causa do nosso medo - medo do divórcio, da doença, do desemprego, da solidão, etc, nos vemos lutando freneticamente tentando por nossas próprias forças solucionarmos nossos problemas. O que não percebemos é que o medo nos torna confusos, desorientados, e a consequência óbvia é que a situação dificilmente será solucionada, pois fizemos tudo, menos clamar por auxílio divino.

3. O MEDO NOS FAZ DUVIDAR (28)
Pedro e também os demais discípulos tinham visto tudo que Jesus havia feito, mas no meio da crise duvidaram. Jesus veio ao encontro deles, confirmou sua identidade divina, mas os incrédulos crentes não creram. O medo faz a nossa fé minar e enche nosso coração de dúvidas. Embora possa parecer um clichê, ter fé quando tudo está dando certo não é tão difícil, complicado mesmo é permitir que o medo esmague nossa fé nas promessas feitas pelo SENHOR. 

4. O MEDO NOS IMPEDE DE VER GLÓRIA DE DEUS (33)
Ao termino do relato os discípulos são descritos adorando e reconhecendo a Jesus como o filho de Deus. Aqui temos um final de feliz, mas que nem sempre é a realidade. Muitos estão abandonando a Cristo por causa dos ventos e tempestades. Não estão conseguindo enxergar a ação e a presença de Deus e por isso estão perdendo a oportunidade de adorarem a Deus com maior propriedade. Quem vê o SENHOR agir nos dias de mares agitados, pode louva-lo com mais intensidade quando desembarcar na praia.

CONCLUSÃO
O Deus que glorificamos, louvamos, nos maravilhamos de suas muitas obras, é o mesmo que nos assiste nas horas de maior prova. Ele está conosco nas maiores tempestades da vida e aqueles que percebem isso certamente o louvarão com maior profundidade quando a tormenta passar.

Vale a pena ressaltar que o termo grego para "sou eu" é a tradução do da expressão "Ego Eimi". Esse termo aparece em João 8:58 quando Jesus afirma ser o Deus eterno que chamara Abraão. A mesma expressão aparece em João 18:6 quando Jesus afirma ser aquele a quem os soldados procuram. Nesse momento os relato bíblico diz que a escolta caiu por terra quando Jesus usou a expressão "Ego Eimi", logo é um indicativo explicito da divindade de Cristo, já que esse termo é a usado na versão grega do AT chamada Septuaginta (LXX) para se referir à expressão EU SOU, usada por Deus para se apesentar a Moisés.

Sendo assim, Jesus está dizendo para Pedro, para os outros discípulos e para nós que o próprio Deus vem em nosso socorro, o SENHOR não tira os olhos de nós um só instante, e por isso não precisamos ter medo das tempestades da vida.

É importante sempre lembrarmos que a fé não é construída apenas nos cultos ou celebrações dentro da igreja, mas também nos momentos de crise, onde a mão do SENHOR age de forma absolutamente visível para aqueles que confiam.

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